A gigante energética italiana Enel prevê investir cerca de 5 bilhões de euros no Brasil entre 2021 e 2023, principalmente nos setores de geração renovável e distribuição. A definição da alocação desses investimentos pelos segmentos, porém, dependerá do desenrolar das discussões em curso na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre os efeitos das medidas relativas à pandemia de covid-19 para o equilíbrio econômico das concessões de distribuição.
“Investimentos em distribuição estão baseados na discussão que estamos tendo com o regulador sobre recuperação das medidas de covid-19, que estão agora em discussão e são muito relevantes para finalmente decidirmos sobre esse crescimento de investimentos que estamos colocando no plano hoje”, disse o diretor financeiro do grupo Enel, Alberto De Paoli, em entrevista coletiva sobre o plano de negócios do grupo para 2021-2023, transmitida via internet.
Na prática, a discussão na Aneel é relativa à possibilidade de revisão tarifária extraordinária para as distribuidoras, devido à queda da demanda provocada pelas medidas de isolamento social determinadas pelos governos estaduais para evitar o contágio do novo coronavírus.
O executivo destacou que o Brasil é o principal país da América Latina em termos de investimentos do grupo. O desembolso previsto para os próximos anos, de cerca de 5 bilhões de euros, está em linha com o previsto no plano anterior. De Paoli, porém, explicou que a proporção de investimentos entre geração e distribuição é diferente.
O presidente mundial da Enel, Francesco Starace, destacou que a companhia está olhando oportunidades de aquisição de distribuidoras de energia no país, sem mencionar o nome dos ativos. Ele, no entanto, não confirmou participação nos leilões de privatização de distribuidoras.
“Nem todos as concorrências são interessantes para nós, seja pela posição [da distribuidora] no país ou por causa, talvez, de expectativas irrealistas pelo lado dos vendedores. Mas, certamente, estaremos olhando tudo o que estiver disponível para ser vendido”, afirmou o executivo.
A próxima distribuidora prevista para ser privatizada no país é a CEB, do Distrito Federal, cujo leilão está marcado para 4 de dezembro. Há ainda expectativa de privatização da CEEE D, do Rio Grande do Sul, e da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), no próximo ano.
Veja também:
Enel prevê investir 10,1 bi de euros na América Latina entre 2021 e 2023