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Leilão da CEB deve atrair três concorrentes; Enel deve ficar de fora

Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O leilão de privatização da CEB Distribuição, previsto para amanhã, 4 de dezembro, às 8h, deve atrair pelo menos três interessadas: CPFL, Neoenergia e Equatorial. A italiana Enel, que era dada como certa na disputa devido às sinergias da distribuidora com a Enel Goiás, preferiu ficar de fora. 

Segundo fontes ouvidas pela MegaWhat, o preço mínimo estabelecido no certame, de R$ 1,4 bilhão, tornou inviável para a italiana, que era assessorada pelo Itaú, manter o retorno requerido pelo investimento.

O forte interesse da CPFL, por sua vez, surpreendeu os investidores. A última grande aquisição feita pela companhia foi em 2016, quando comprou a AES Sul, antes mesmo de ter seu controle adquirido pela chinesa State Grid. Para investidores, o apetite é explicado pelo baixo custo de capital da sua controladora. A empresa está sendo assessorada pelo BTG Pactual.

Fontes ouvidas pela MegaWhat também afirmam que Equatorial e Neoenergia apresentaram propostas no certame, cuja entrega dos envelopes aconteceu na B3 na última terça-feira, 1º de dezembro.

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A privatização da companhia foi estruturada pelo BNDES. A distribuidora fornece energia para cerca de 1,1 milhão de clientes, com um contrato de concessão que vai até julho de 2024. A privatização é tido como importante para evitar a caducidade da concessão, uma vez que a CEB tem enfrentado problemas para cumprir as metas de qualidade do serviço impostas pelo contrato renovado.

O preço mínimo de R$ 1,4 bilhão representa um múltiplo de 2,1 vezes em relação à base de ativos regulatórios (RAB) líquida, ou 14,2 vezes o Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Segundo o Credit Suisse, os múltiplos colocam o investimento como inicialmente caro.

As oportunidades de melhoria na concessão, contudo, indicam um potencial ganho no retorno do investimento. Segundo a analista Carolina Carneiro, do Credit Suisse, o Ebitda normalizado da companhia está em cerca de R$ 160 milhões, abaixo do nível regulatório de R$ 190 milhões, o que pode ser explicado pelos elevados perdas e custos da distribuidora. Com redução de custos e combate às perdas, o Ebitida pode chegar a R$ 300 milhões, se a companhia atingir os parâmetros de suas concorrentes consideradas eficientes. 

O relatório do Credit Suisse também destaca que a área de concessão da CEB tem um PIB per capita cerca de 2,5 vezes maior que a média brasileira, com uma densidade habitacional maior. O consumo por cliente é cerca de 36% maior que a média brasileira. 

Procuradas, Equatorial e CPFL disseram que não iriam se manifestar. Neoenergia não respondeu.

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