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Nova vazão de Belo Monte aumentaria PLD em quase R$ 90/MWh; custo vai virar encargo

Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O aumento da vazão hidrelétrica Pimental, casa de força complementar da hidrelétrica de Belo Monte, aumentaria os preços de energia em cerca de R$ 90/MWh na próxima semana operativa se fosse considerada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O valor foi calculado pela MegaWhat Consultoria, que rodou os modelos Newave e Decomp considerando a nova defluência mínima para a usina, que foi determinada pelo Ibama e que está sendo implementada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na operação do sistema.

A hidrelétrica informou o ONS que alterou para 3.100 m³/s a nova defluência mínima no trecho da usina Pimental após receber um ofício do Ibama com esta orientação. A nova vazão de Pimental é superior a registrada nos primeiros dias de janeiro, na faixa de 1.100 a 1.200 m³/s, segundo informações de Belo Monte.

Segundo Juliana Chade, gerente de Preços e Estudos de Mercado da MegaWhat Consultoria, com a orientação do Ibama, essa água que vai passar pela usina não vai ser usada para gerar energia, e sim desviada por questões ambientais. “Quando você tem uma vazão menor passando pelas turbinas, há aumento de preços”, explicou.

As simulações da MegaWhat Consultoria chegaram a uma função de custo futuro do modelo Decomp de R$ 376/MWh considerando a nova vazão de Belo Monte. Sem a mudança, a mesma conta chega a um PLD de R$ 288/MWh.

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No entanto, a CCEE informou o mercado ontem que não vai considerar a mudança da vazão na formação de preço, mantendo a representação de defluência mínima de 1.100 m³/s para todo o mês de janeiro, respeitando a previsibilidade não inferior a um mês definida pela resolução 07/2016 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

A decisão da CCEE, na prática, descola a operação da formação de preço, já que o ONS vai trabalhar com a nova vazão, impactando o Custo Marginal de Operação (CMO). Segundo Juliana Chade, a diferença entre o CMO e o PLD realizado vai ser transformada em encargo, cobrada dos consumidores posteriormente.

Com a entrada em vigor do PLD horário, uma das consequências é a aproximação do custo de operação real do setor com a preficicação da energia. Agentes ouvidos pela MegaWhat, porém, avaliam que a decisão da CCEE foi acertada, já que atende à exigência de previsibilidade do setor.

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