Mercado energético

Importadores de combustíveis acionam ANP e Cade contra política de preços da Petrobras

Importadores de combustíveis acionam ANP e Cade contra política de preços da Petrobras

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou nesta sexta-feira, 8 de janeiro, na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ofício alertando sobre indícios do que ela considera ser prática predatória de preços dos combustíveis da Petrobras, abaixo da paridade internacional. O ofício foi enviado com cópia ao Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade).

Na prática, a entidade destaca que a estatal havia assumido um compromisso com o Cade de mudar sua conduta com relação à política de preços, tendo, como contrapartida, o arquivamento de inquérito administrativo aberto pelo órgão antitruste sobre o tema. No documento, a Abicom informa que a Petrobras não mudou sua conduta e que associação não viu nenhuma ação da ANP ou do Cade com relação ao assunto.

À MegaWhat, o presidente da entidade, Sergio Araujo, disse ver uma sinalização perigosa de intervenção do governo na política de preços da petroleira, para evitar pressão na inflação, como ocorreu no passado. “Isso é uma sinalização muito perigosa. Espero que não se confirme”, afirmou. A preocupação se acentua devido ao cenário de escalada de preços do petróleo nos últimos meses e à retomada da valorização do dólar frente ao real, o que tenderia a aumentar o preço dos combustíveis no país, para acompanhar o mercado internacional.

“A Petrobras vinha tentando acompanhar a paridade internacional. Mas agora ela não está aumentando o preço dos combustíveis”, disse Araujo. “Isso inviabiliza a operação dos importadores, prejudica o produtor de etanol e pode causar prejuízo aos próprios acionistas minoritários da companhia”, completou ele, acrescentando que a medida afasta ainda potenciais investidores do programa de venda de refinarias da companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

De acordo com cálculos da Abicom, com relação ao dia de ontem, a defasagem do preço da gasolina no país estava em R$ 0,31 por litro, em relação ao mercado internacional. Com relação ao diesel, a defasagem era de R$ 0,22 por litro. Segundo Araujo, a tendência é de que a defasagem tenha aumentado nesta sexta-feira, considerando que houve aumento dos preços no exterior e não houve sinal de reajuste pela Petrobras.

Procurada, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto de imediato.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.