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Copel anuncia nova política de dividendos com maior previsibilidade e transparência

O conselho de administração da estatal paranaense Copel aprovou uma nova política de distribuição de dividendos para a companhia, com o objetivo de proporcionar mais transparência e previsibilidade sobre o fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas.

Foram definidos critérios que, segundo a Copel, preservam as diretrizes estratégicas e financeiras no médio e longo prazo. Para a distribuição dos proventos, será considerado o limite para alavancagem financeira da companhia e a preservação do fluxo de caixa disponível.

Se a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estiver acima de 2,7 vezes, a companhia vai distribuir 25% do lucro líquido ajustado. Para um indicador entre 1,5 e 2,7, será pago 50% do lucro. Caso a alavancagem fique abaixo de 1,5 vez, o dividendo vai comportar 65% do lucro.

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Esses valores serão sempre limitados pelo fluxo de caixa disponível, que consiste no caixa gerado pelas atividades operacionais menos os investimentos realizados. Além disso, a Copel vai buscar não ultrapassar a alavancagem de 2,7 vezes. 

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Outra mudança é que os proventos serão distribuídos em no mínimo dois eventos anuais. Atualmente, a companhia paga dividendos uma vez por ano.

A Copel também apresentou uma proposta de reforma de seu estatuto social, que inclui a migração para o Nível 2 de governança da B3, desdobramento das ações e a instituição de um programa de units. 

A proposta prevê o desdobramento de ações na proporção de 1 para 10, ou seja: para cada ação da companhia, haverá 10 papeis. As units serão compostas por cinco ações, sendo uma ON e quatro preferenciais classe B (PNB).

A mudança no estatuto também prevê que o atual dispositivo estatutário que obriga a companhia a aplicar integralmente os reajustes tarifários homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não poderão ser alterados ou excluídos sem aval da maioria dos acionistas preferencialistas.

Para melhorar a governança da companhia, a proposta prevê o aumento de dois para três o número de membros do conselho de administração eleitos pelos acionistas não controladores, e a inclusão de um membro externo independente no Comitê de Auditoria Estatutário.

O Itaú BBA viu como positivas as mudanças anunciadas pela Copel, e estima que a empresa vá distribuir entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões em dividendos relacionados aos resultados de 2020. 

Os analistas Marcelo Sá, Fernando Zorzi e Luiza Candiota explicam, no relatório do Itaú BBA, que a alavancagem de 1,3 vez da companhia atualmente indica que os dividendos a serem distribuídos em 2021 também serão robustos, devido aos ganhos com a venda da Copel Telecom, de R$ 1,8 bilhão líquido de impostos. Esses recursos ainda não entraram no caixa da Copel.

“Esperamos uma reação positiva no mercado, considerando que os dividendos serão mais altos, a estrutura de capital será aprimorada e a liquidez deve aumentar como resultado da venda da fatia do BNDES na companhia”, escreveram os analistas.

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