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Wilson Ferreira Junior renuncia à presidência da Eletrobras e acende alerta para privatização

Brasília – O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, fala sobre os resultados da empresa em 2017, e apresenta o andamento do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2018-2022 (Valter Campanato/Agência Brasil)
Brasília – O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, fala sobre os resultados da empresa em 2017, e apresenta o andamento do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2018-2022 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Um dos principais responsáveis pela recuperação financeira e a reestruturação da Eletrobras nos últimos anos e entusiasta da privatização da companhia, Wilson Ferreira Junior renunciou à presidência da empresa, conforme informou a estatal no último domingo, 24 de janeiro. A saída do executivo, que deverá ocorrer até 5 de março, acende um alerta para a continuidade do plano da principal privatização do governo Jair Bolsonaro.

Segundo fato relevante divulgado pela Eletrobras, a renúncia do executivo se deu por motivos pessoais, e o seu sucessor ainda será indicado. Ferreira apresentou sua decisão de deixar a empresa cerca de um mês depois da renúncia de José Guimarães Monforte à presidência do conselho de administração da elétrica.

Em sua gestão no comando da companhia, Ferreira colecionou feitos importantes, como a redução do nível de endividamento da da empresa e a reestruturação do sistema Eletrobras, alinhando a gestão das principais subsidiárias (Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte) à holding.

O destaque de sua gestão, porém, foi a privatização das seis distribuidoras que resultavam em prejuízos bilionários anuais para o grupo. A venda dessas empresas era considerada um tabu dentro da estatal. As nordestinas Cepisa (PI) e Ceal (AL) foram adquiridas pela Equatorial Energia; a Ceron (RO) e a Eletroacre (AC) foram arrematadas pelo grupo Energisa; e a Amazonas Energia (AM) e Boa Vista Energia (RR) foram compradas pelo consórcio formado por Oliveira Energia e a distribuidora de combustíveis Atem. No ano passado, a Atem vendeu sua participação no negócio.

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Na gestão de Ferreira, a Eletrobras aumentou em 2,5 vezes o valor de mercado, totalizando atualmente cerca de R$ 40 bilhões.

A MegaWhat apurou que o executivo já vinha anunciando para interlocutores próximos a intenção de deixar o cargo.

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