A associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) rebateu nesta semana críticas feitas pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, de que a alegação de defasagem dos preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional esconderia ineficiências dessas empresas e informou que, se não houver reajuste dos combustíveis, o Brasil sinaliza uma retração de preços para conter inflação.
“Não se pode ignorar o atual represamento dos preços dos combustíveis e o desalinhamento do mercado doméstico em relação à valorização internacional”, informou a Abicom, em nota divulgada na última segunda-feira, 25 de janeiro. “A defasagem do preço fixado há menos de um mês para o óleo diesel, no patamar de R$ 0,30 por litro abaixo da paridade de importação, mesmo com valorização de cerca de 9% nas cotações internacionais, não está relacionada a eventuais disparidades de parâmetros de eficiência entre os agentes”, completou.
A entidade lembra ainda que o petróleo tipo Brent, cotado em abril de 2020 por menos de US$ 20 o barril, está atualmente próximo de US$ 55 o barril, com projeções que variam entre US$ 60 e US$ 70 o barril no médio prazo. “Caso não haja aderência dos custos no mercado doméstico em linha com a variação da paridade ‘para cima’, como houve ‘para baixo’, o Brasil estará sinalizando que será mantida a retração dos preços para contenção da inflação, e essa artificialidade é um desestímulo para os investidores que pretendem desenvolver negócios em nosso país”, acrescentou a Abicom.
De acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), na última quinta-feira, o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 0,35/litro abaixo (ou -14,6%) do preço no Golfo do México (nos Estados Unidos). Já o preço médio da gasolina doméstica estava R$ 0,34/litro menor (ou -14,5%) que o preço no Golfo do México.