O Ibama decidiu que a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, deverá liberar a vazão da usina na primeira semana de fevereiro para 10.900 m³/s. A vazão máxima valerá para o período de 1º a 7 de fevereiro.
Na semana passada, a Norte Energia, concessionária da hidrelétrica, defendeu que a vazão fosse de 1.600 m³/s, hidrograma médio da usina para o mês de fevereiro.
Em janeiro, o Ibama já determinou a liberação da vazão da usina para a média de 3.100 m³/s, acima dos 1.100 m³/s previstos pela companhia, de acordo com a sua licença ambiental.
No documento, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, afirmou que a instituição está avaliando a necessidade de possíveis ajustes nas medidas de mitigação e comepnsação do empreendimento, considerando os elementos técnicos disponíveis no processo de licenciamento e as ações propostas pela própria Norte Energia na carta enviada na semana passada, em 22 de janeiro.
Na última quarta (27/01), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou ofício ao Ibama alertando sobre os impactos dessa decisão para o setor elétrico. Segundo o documento, a medida nos dois primeiros meses de 2021 poderia levar a um impacto de cerca de R$ 1,3 bilhão para os consumidores de energia elétrica.
O impacto acontece porque, com uma menor geração hidrelétrica, a diferença é compensada com o aumento da produção em termelétricas, que geram energia mais cara.
Ainda segundo a Aneel, a nova restrição impacta diretamente a operação dos reservatórios das demais hidrelétricas existentes no país, repercutindo no nível desses reservatórios ao final do atual período úmido e, por consequência, na capacidade de atendimento às demandas de usos múltiplos e de segurança energética do próprio Sistema Interligado Nacional (SIN) ao longo do próximo período seco.