Itaipu prevê entregar em março estudo sobre revisão de Anexo C para o MME

Rodrigo Polito

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Rodrigo Polito

Publicado

08/Fev/2021 12:25 BRT

A Itaipu Binacional espera entregar no próximo mês ao Ministério de Minas e Energia um material técnico para subsidiar a pasta nos estudos sobre a revisão do "Anexo C" do Tratado de Itaipu. O documento, que trata da comercialização de energia da hidrelétrica entre Brasil e Paraguai, vence no fim de 2022.

“Estamos contribuindo dando suporte técnico para as altas partes. O trabalho está avançado, bem coordenado, está em dia. A ideia é, daqui a um mês, entregar tudo ao Ministério de Minas e Energia. E ele vai encaminhar para o que achar oportuno”, contou à MegaWhat o diretor-geral da parte brasileira de Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna, que completa dois anos no cargo neste mês.

Com relação à geração de energia da usina, depois de registrar em 2020 a pior afluência anual desde o início da operação da hidrelétrica, em 1983, a Itaipu Binacional prevê mais um seco.

“O ano passado realmente foi o de menor afluência anual da história da usina”, disse Silva e Luna. “Em termos de perspectiva para este ano, será novamente um ano seco”, completou.

O diretor-geral brasileiro de Itaipu lembrou que, no ano passado, a usina produziu 76.383 gigawatts-hora (GWh), volume 3,85% menor que o registrado em 2019. Ainda assim, no fim de dezembro, foi atingida a marca de 75.764 GWh relativa à energia vinculada da usina. Esse número é o montante que Itaipu é obrigada a produzir anualmente e cuja tarifa permite à empresa pagar todas as suas despesas e consumos.

Segundo Silva e Luna, para chegar a esse patamar de produção no ano passado, Itaipu ampliou a produtividade, para 1,087 megawatt (MW) médio por m³/s. O volume superou o índice de produtividade registrado em 2019, de 1,079 MW médio por m³/s.

“Se isso não tivesse acontecido [a elevação da produtividade], talvez não teríamos entregado essa demanda [a energia vinculada]”, constatou Silva e Luna.

Com relação ao plano de atualização tecnológica da hidrelétrica, o diretor-geral brasileiro destacou que o projeto tem investimento previsto de US$ 1 bilhão, ao longo de 14 anos. Para este ano, a expectativa é investir US$ 7 milhões no projeto. De forma total, o orçamento da parte brasileira de Itaipu para este ano é de US$ 398 milhões.

Questionado sobre o plano de privatização da Eletrobras, Silva e Luna lembrou que, qualquer que seja a decisão sobre o projeto no Congresso, Itaipu e Eletronuclear deverão estar de fora da desestatização. “A Eletronuclear e a Itaipu, qualquer que seja a decisão, imaginamos que elas ficarão de fora”, completou.