A XP Investimentos alterou a recomendação das ações da Petrobras de compra para neutro, diante do que considera ser um aumento de riscos de que a política de preços de combustíveis da estatal não obedeça a referências internacionais. A casa de análise também reduziu o preço alvo das ações da companhia de R$ 35 para R$ 32.
Às 16h15, as ações ordinárias da Petrobras recuavam 4,95%, negociadas a R$ 28,21, na B3. Já as ações preferenciais registravam queda de 3,96%, cotadas a R$ 27,87.
Na última semana, a Petrobras confirmou ter alterado em junho de 2020 a periodicidade de aferição da aderência entre os preços realizados no mercado doméstico e os preços internacionais. A periodicidade, que antes era de um horizonte trimestral, passou a ser anual.
“Nossa mudança de recomendação reflete essencialmente a nossa visão de que existem riscos cada vez mais elevados de que a política de preços de combustíveis da Petrobras não obedeça a referências internacionais de preços de combustíveis, além de uma margem adicional para custos de importação”, afirma a XP, em relatório assinado pelos analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado.
Com a mudança de perspectiva, a casa de análise espera margens de refino menores no futuro, não apenas devido às menores margens sobre os combustíveis produzidos nas refinarias, mas também devido às importações de derivados com prejuízo para cobrir a demanda interna, principalmente no caso do diesel.
Nesta segunda-feira, 8 de fevereiro, a Petrobras aprovou reajuste médio de cerca de 8% para os preços da gasolina e de aproximadamente 6% para os preços do diesel nas refinarias. Os novos valores entrarão em vigor nesta terça-feira.
Mesmo com os aumentos anunciados hoje, ainda há espaço potencial para um novo aumento de até 5% no preço da gasolina, segundo Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.