WEG aposta em renováveis e prevê 'normalização' do ritmo de crescimento de GD

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

29/Abr/2021 17:30 BRT

Os investimentos cada vez maiores em geração de energia renovável devem continuar alavancando os resultados da WEG nos próximos anos. No primeiro trimestre de 2021, o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) somaram uma receita operacional líquida de R$ 974,2 milhões no mercado interno, aumento de 24,2% na base anual, e R$ 757,4 milhões no mercado externo, alta de 42,9%.

Dentro desse segmento de GTD, as renováveis têm papel importante, com destaque para solar, centralizada e distribuída, e eólica, para o qual estão desenvolvendo novos equipamentos.

"A gente acredita bastante no desenvolvimento deste mercado de renováveis, não só no Brasil, mas de forma global. Há uma tendência cada vez maior de investimentos em renováveis e a WEG está bem posicionada para endereçar todos esses mercados", disse André Salgueiro, gerente de relações com investidores da companhia, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre do ano.

Os negócios de geração distribuída solar fotovoltaica da WEG apresentaram boa demanda no trimestre, mas em ritmo menor que o apresentado nos trimestres anteriores. Segundo Salgueiro, isso é normal por conta da base de comparação muito alta. 

"A GD continua crescendo, mas agora em níveis mais próximos aos de outros negócios. Temos a questão da base de comparação, já que o setor teve um ritmo de crescimento muito acelerado nos últimos três anos. E temos a questão do mercado, uma acomodação", disse Salgueiro.

O executivo lembrou ainda da discussão sobre a regulamentação da geração distribuída, que também afeta as perspectivas da companhia e reforça essa tendência de normalização. "Precisamos acompanhar essas questões regulatórias, mas acreditamos que qualquer desenho que seja definido não tende a inviabilizar os investimentos, e o mercado tende a continuar forte", disse.

A WEG também oferece soluções para geração solar fotovoltaica centralizada, com a possibilidade de uma solução completa com operação e manutenção dos ativos posteriormente.

No negócio de eólicas, as perspectivas também são boas. "O setor eólico passou por um período de poucos investimentos no Brasil, mas temos visto do ano passado pra cá uma retomada de projetos, principalmente ligados ao mercado livre", disse Salgueiro.

Isso, combinado ao desenvolvimento da nova máquina da WEG, de 4,2 MW de potência, trouxe mais competitividade aos produtos da companhia. A empresa já fechou três contratos com previsão de entrega de aerogeradores da nova linha até o final de 2022 e início de 2023.

Exterior

A carteira de projetos do segmento de GTD da WEG no exterior também teve bom desempenho no último trimestre, com destaque para distribuição e transmissão na América do Norte, devido às grandes sinergias entre as operações nos Estados Unidos e México. "Em ambos os mercados trabalhamos a plena capacidade e já consideramos aumento de capacidade nos Estados Unidos", disse André Luís Rodrigues, diretor administrativo e financeiro de relações com investidores da companhia.

Em geração, o destaque no exterior foi a Índia, onde a empresa teve com desempenho apesar das dificuldades causadas pela pandemia de covid-19.

"Vemos um mercado muito promissor de renováveis na Índia", disse Salgueiro. Segundo ele, o início do fornecimento de aerogeradores no mercado indiano foi atrasado por conta de uma mudança na legislação realizada ano passado, que passou a obrigar a certificação local de equipamentos comercializados por lá.

Para a WEG, naquele momento não fazia sentido certificar os aerogeradores antigos, entre 2 MW e 3 MW de potência, então a companhia aguardou o desenvolvimento dos novos equipamentos de 4,2 MW. "O protótipo está em vias de ser embarcado para a Índia nas próximas semanas e a ideia é começar a certificação neste ano. Espero que a pandemia não atrapalhe, para que em 2022 possamos buscar as primeiras ordens", disse Salgueiro.

Resultados

A WEG obteve lucro líquido de R$ 764,2 milhões no primeiro trimestre do ano, aumento de 73,7% na base de comparação anual. A receita operacional líquida subiu 36,7%, para R$ 5 bilhões, sendo aumento de 38,4% no mercado interno, para R$ 2,3 bilhões, e 35,2% no mercado externo, para R$ 2,7 bilhões. 

O retorno sobre o capital investido (ROIC) subiu 7,5 pontos percentuais, para 28,2%.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1 bilhão, aumento de 64,2%.