Com sete anos de atraso, a Renova Energia iniciou parcialmente a operação comercial da Fase A do Complexo Alto Sertão III, com 132 MW de potência por meio de 45 aerogeradores.
“O início da operação comercial é um marco histórico para nós e cumpre a promessa de retomada da trajetória da empresa, agora inteiramente focada em energia eólica e solar”, afirmou o presidente da companhia, Marcelo Milliet, que foi nomeado para conduzir o processo de recuperação judicial da Renova, homologado em dezembro de 2020.
A companhia pediu recuperação judicial em outubro de 2019, depois que uma tentativa de venda da Fase A de Alto Sertão III para a AES Tietê fracassou. A usina deveria ter entrado em operação em 2015, mas sofreu sucessivos atrasos e teve as obras paralisadas em 2016, com 87% de construção, devido aos problemas financeiros enfrentados pela empresa renovável.
Na época, as principais sócias da Renova, Cemig e Light, também passavam por situação financeira delicada e, depois de sucessivos aportes no negócio e tentativas de reestruturação da dívida, apoiaram o pedido de recuperação judicial. Hoje, as empresas não são mais sócias da Renova.
No total, a Fase A de Alto Sertão III terá 432,7 MW de potência, por meio de 155 aerogeradores. O complexo recebeu R$ 2,5 bilhões em investimentos, e envolve ainda quatro subestações e 208 km em linhas de transmissão, divididas em seis municípios da Bahia (Caetité, Igaporã, Pindaí, Licínio de Almeida, Urandi e Guanambi).
Em março, ainda devem entrar em operação mais 24 aerogeradores no projeto, acrescentando 64,8 MW de potência. A partir de maio, terá início a entrada escalonada dos demais aerogeradores, até sua conclusão no final do semestre.
A energia do projeto está contratada nos mercados regulado e livre. Com a entrada em operação da primeira fase comercial, a Renova conseguirá regularizar o fornecimento dos contratos dos leilões de energia de reserva (LER) de 2013 e 2014.
Segundo a companhia, além de Alto Sertão III, a Renova tem um portfólio com 6 GW em projetos de geração de energia no Nordeste, e já tem licença ambiental para 13 parques eólicos na Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco.