Migração de 80% dos consumidores de AT para o mercado livre impactaria tarifas em 3,3%, diz TR Soluções

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

27/Out/2022 17:56 BRT

A TR Soluções, empresa de tecnologia aplicada ao setor elétrico, realizou um estudo que mostra que, caso 80% dos consumidores de alta tensão que ainda não migraram para o mercado livre de energia optem por esse ambiente de contratação até 2028, o subsídio relativo ao desconto nas tarifas fio deverá passar de R$ 13,67/MWh para R$ 20,59/MWh, impactando em cerca de 3,28% as tarifas dos consumidores cativos, ante o peso atual, de 2,17%.

Os cálculos deste cenário foram feitos a partir do Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia (Sete) da própria empresa, com base em dados públicos. Além disso, a análise apontou que, com a migração, o impacto do subsídio na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) subiria de 4,11% para 6,53%.

As premissas do estudo incluem um cenário de liberalização do mercado no ritmo do crescimento do número de novas conexões de consumidores especiais verificado nos 12 últimos meses. Quanto ao volume de energia por conexão, foi considerada a demanda média dos consumidores especiais dos últimos 12 meses, de 211 kW, com base nas informações no InfoMercado Mensal de julho de 2022, da CCEE.

Em relação à abertura para os consumidores de baixa tensão, o estudo da TR Soluções verificou que, a cada 10% de migração do mercado do subgrupo B, serão somados R$ 2,9 bilhões por ano às despesas da CDE, ou R$ 6,49 por MWh. Esse montante teria um impacto médio de 2,35% da Tusd, ou de 1,18% na tarifa total de todos os consumidores cativos do país.

Para os cálculos, a empresa considerou as tarifas do subgrupo B publicadas em 2021 de cada uma das 53 concessionárias de distribuição de energia elétrica, adotando-se um desconto médio de 52% nas tarifas de transporte de distribuição.