Cogeração a gás natural deve apresentar crescimento no Brasil

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

17/Jan/2023 14:20 BRT

Com os preços mais competitivos, a cogeração a partir de gás natural deve apresentar crescimento no Brasil, segundo o presidente executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Newton Duarte. 

A biomassa a partir do bagaço de cana ainda representa a maior parte de toda a cogeração existente no país, representando cerca de 60,3% do total, ou 12,3 GW, enquanto o gás natural corresponde a 15,4% do total de cogeração, ou 3,2 GW. “Também apostamos no crescimento da cogeração a gás natural, principalmente com as perspectivas de novos ofertantes da molécula a preços mais competitivos, fator que pode trazer uma maior viabilidade para os projetos de cogeração”, afirma Duarte. 

De acordo com levantamento da Cogen, feito com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao longo de 2022, foi verificado o acréscimo de 886,9 MW de capacidade instalada de cogeração no Brasil, e incremento de 18 novas usinas e 247,9 MW adicionados de sete ampliações de capacidade instalada. 

O volume alcançado no ano passado superou a projeção da Aneel de entrada de cogeração, de 807,18 MW, segundo a associação.

Em dezembro, a cogeração de energia fechou com uma capacidade instalada total de 20,4 GW. No período, ocorreu o incremento de 11,56 MW de óleos vegetais da usina Palmaplan Energia 2 (RR) e 58,62 MW derivados do uso do bagaço de cana-de-açúcar das usinas São Luiz (SP), Viralcool Castilho 2 (SP) e da Destilaria Melhoramentos (PR).

Ranking estados

No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o estado de São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais, com 2,1 GW instalados, Mato Grosso do Sul, com 1,9 GW, Goiás, com 1,5 GW, Rio de Janeiro e Paraná (ambos com 1,3 GW instalados), e Bahia (1,1 GW).  

Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,4 GW), Papel e Celulose (3,3 GW), Petroquímico (2,3 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).