Política Energética

Investimentos na transição energética ficam 40% abaixo do necessário para cumprir metas

Os investimentos globais em tecnologias de transição energética atingiram US$ 1,3 trilhão no ano passado, alta de 19% em relação a 2021. Entretanto, mesmo com a alta nos aportes, o montante representa menos de 40% das aplicações médias necessárias para atingir as metas do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Close up of crystal globe resting on grass in a forest – environment concept
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Os investimentos globais em tecnologias de transição energética atingiram US$ 1,3 trilhão no ano passado, alta de 19% em relação a 2021. Entretanto, mesmo com a alta nos aportes, o montante representa menos de 40% das aplicações médias necessárias para atingir as metas do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. As informações são do relatório conjunto da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) e da Iniciativa de Política Climática (CPI).

Lançado nesta semana, o documento pontua que o investimento em soluções renováveis fora do sistema elétrico ficaram abaixo dos US$ 2,3 bilhões necessários anualmente no setor. 

“O caminho para o net zero só pode acontecer com uma transição energética justa e equitativa. Embora nossos números mostrem que houve níveis recordes de investimento em energias renováveis no ano passado, uma maior escala é extremamente necessária para evitar mudanças climáticas perigosas, principalmente nos países em desenvolvimento”, diz Barbara Buchner, diretora Administrativa Global da CPI. 

O relatório ainda destaca que os aportes têm se concentrado apenas em tecnologias e em usos específicos. Em 2020, apenas a energia solar fotovoltaica atraiu 43% dos investimentos globais em renováveis, seguida pela energia eólica onshore e offshore com 35% e 12% de participação, respectivamente.   

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Para a Irena, as aplicações financeiras devem fluir para tecnologias novas, bem como para outros setores além da eletricidade, como de aquecimento, resfriamento e integração de sistemas, o que deve ajudar na transição energética. 

Em relação aos empréstimos, a agência aponta que países em desenvolvimento precisam de financiamentos públicos. Uma das soluções sugeridas no relatório é a colaboração internacional para o aumento dos fluxos financeiros do Norte ao Sul Global. 

“Para que a transição energética melhore vidas e meios de subsistência, governos e parceiros de desenvolvimento precisam garantir um fluxo de financiamento mais equitativo, reconhecendo os diferentes contextos e necessidades”, diz o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera.  

A entidade também acredita que para concretizar a transição energética é necessário o redirecionamento de US$ 0,7 trilhão por ano de investimento destinado aos combustíveis fósseis para tecnologias relacionadas à transição. Além dos investimentos, a agência pede uma eliminação gradual dos subsídios aos ativos fósseis.