América latina poderá expandir a produção eólica e solar em mais de 460% até 2030, avalia GEM

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

10/Mar/2023 12:17 BRT

Categoria

EólicaSolar

Com mais de 319 GW das fontes eólica e solar fotovoltaica anunciadas em fase de pré-construção e aguardando para entrar em operação, a América Latina deve expandir a geração das fontes em mais de 460% até 2030. A Avaliação é da organização sem fins lucrativos Global Energy Monitor (GEM).  

“À medida que os países latino-americanos estão aceitando a fragilidade de seus sistemas de energia e, especialmente, a dependência desses sistemas em relação à energia hidrelétrica, eles se voltam cada vez mais para a energia solar fotovoltaica e eólica. A alteração nos padrões de precipitação e os recursos hídricos, cada vez mais escassos, são parte dos fatores extremamente importantes para essa mudança na matriz energética”, afirma o relatório da GEM, divulgado nesta quinta-feira, 9 de fevereiro. 

Entre as expectativas de novas adições de capacidade de renováveis, o Brasil segue na liderança com 217 GW, seguindo por Chile (38 GW), Colômbia (37 GW), Peru (10 GW) e México (7 GW). Para a organização, se os projetos divulgados entrarem em operação, a energia excedente de eólica e solar ajudará os países latino-americanos a competirem no mercado global de energia, e se tornarem uma das principais regiões exportadoras de energia.  

O documento afirma, ainda, que a América Latina tem potencial para se destacar na produção de energia eólica offshore e se tornar exportadora de hidrogênio verde. 

Para o Brasil, o documento afirma que o país se destaca devido a uma combinação de instrumentos para incentivar o investimento nos setores solar e eólico, incluindo empréstimos subsidiados para investimento, contratos de compra e venda de energia (PPA), garantias de financiamento e contratos de compra direta entre entidades privadas. 

A GEM acredita ainda que a geração solar distribuída pode ajudar na expansão das fontes renováveis no Brasil e dos outros países latino-americanos. No entanto, a organização destaca que ainda existem importantes pontos de inflexão quando se trata de apoiar os grandes empreendimentos da modalidade, que pode se transformar em um “gigante global da energia”.  

"A corrida das energias renováveis está acelerando rapidamente, o que significa que países que intensificaram seus esforços, como Brasil e Colômbia, devem permanecer vigilantes enquanto criam projetos solares e eólicos de grande escala. A América Latina pode se tornar uma referência mundial para uma transição energética justa se os projetos futuros respeitarem os equilíbrios ecológicos e trouxerem benefícios não apenas econômicos, mas também sociais”, afirma Sophia Bauer, pesquisadora do Global Energy Monitor.