O Itaú Unibanco ampliou seus negócios no mercado de energia elétrica e obteve aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de um pedido de subscrição de ações preferenciais resgatáveis da Atiaia Renováveis, empresa do Grupo Cornélio Brennand. As ações não conferem controle da Atiaia, nem direito a voto.
Nos documentos do processo no Cade não constam valores do aporte do Itaú e nem a quantidade de ações adquiridas pelo banco, que tem feito operações semelhantes com outras empresas do mercado, numa espécie de modalidade de linha de crédito diferenciada. Recentemente, por exemplo, o banco adquiriu uma fatia minoritária de uma subsidiária da Eneva por R$ 1 bilhão, recursos que serão usados pela companhia em seus investimentos.
Atualmente, a Atiaia possui nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em operação no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, com 221 MW de potência instalada e geração anual de 12,3 GWH/ano. O grupo também tem duas PCHs pré-operacionais, com potência instalada de 22 MW e 29,8 MW, e projetos nos segmentos de energia eólica, solar e híbrida. Além disso, a Atiaia comercializa energia tanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL) quanto no Ambiente de Contratação Regulada (ACR).
O Itaú Unibanco entrou no mercado de energia elétrica em setembro de 2010, com a comercializadora de energia Itaú Unibanco. Desde então, adquiriu participações em empresas de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica, além de assegurar participação em outras comercializadoras. O acordo com a Atiaia marca a entrada do Itaú Unibanco no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), já que atualmente o banco atua apenas no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Em geração de energia, o Itaú Unibanco está presente nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e São Paulo, englobando os subsistemas Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, com potência outorgada de 800 MW. Por meio de participações societárias, o banco está também nos subsistemas Norte e Sul, com potência outorgada total de 5,2 GW, dos quais 2,9 GW são considerados de uso exclusivo dos controladores – ou seja, o Itaú Unibanco tem acesso a cerca de 2,3 GW excluindo as participações de uso restrito dos controladores.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 3 de julho.