Política Energética

Ministro nega interferência do governo na Petrobras e celebra preço de combustíveis em Minas Gerais

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou interferência do governo nas decisões da Petrobras, afirmou que os preços de combustíveis praticados pela companhia estão "no limite" para as cotações atuais do petróleo no mercado internacional, e celebrou o fato de que a gasolina está custando menos de R$ 5 o litro na bomba em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais - estado do ministro, onde não conseguiu se eleger para o Senado nas eleições de 2022.

Ministro nega interferência do governo na Petrobras e celebra preço de combustíveis em Minas Gerais

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou interferência do governo nas decisões da Petrobras, afirmou que os preços de combustíveis praticados pela companhia estão “no limite” para as cotações atuais do petróleo no mercado internacional, e celebrou o fato de que a gasolina está custando menos de R$ 5 o litro na bomba em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais – estado do ministro, onde não conseguiu se eleger para o Senado nas eleições de 2022.

Ontem à noite, a Petrobras informou os resultados do segundo trimestre do ano, quando seu lucro caiu 47%, a R$ 28,8 bilhões, refletindo a retração dos preços do petróleo na comparação anual. Ao mesmo tempo, a receita da companhia com venda de combustíveis caiu 33,4%, a R$ 113,8, devido aos menores preços de combustíveis. Segundo a empresa, a queda foi parcialmente compensada pelos maiores volumes de venda, principalmente de gasolina.

“A Petrobras não tinha mais espaço para cultivar uma política de preços que fixava o preço na paridade internacional”, disse Silveira, em entrevista concedida na manhã desta sexta-feira, 4 de agosto, à GloboNews. Segundo ele, a empresa não está tomando prejuízo, uma vez que está “no limite” da competitividade interna. “Os resultados estão aí: a gasolina em Belo Horizonte abaixo de R$ 5 na bomba”, destacou.

Questionado sobre a interferência estatal na empresa, o ministro disse que participou de reunião com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a semana, e na qual o presidente Lula “em nenhum momento” manifestou a proibição de novos reajustes.

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“Não houve intervenção. Isso é importante para que investidores, mercado, importadores, entendam que a política mudou”, disse. O secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, preside o conselho de administração da Petrobras, que tem ainda as presenças de Efrain Cruz, secretário-executivo da pasta, e Vitor Saback, secretário de Mineração do MME. O colegiado é responsável por definir as estratégias da companhia.

Logo após a eleição do novo conselho, a Petrobras abandonou, em maio, a paridade com os preços internacionais e anunciou que implementaria uma nova estratégia comercial de preços, a fim de ter mais flexibilidade e ganhar participação no mercado. Desde então, contudo, os preços do petróleo têm subido, ao mesmo tempo em que a estatal fez sucessivos cortes nos preços praticados no país, abrindo uma defasagem com os preços internacionais.

De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), ontem, 3 de agosto, a gasolina vendida pela Petrobras tinha desconto de 27,26%, ou R$ 0,94 por litro, em relação aos preços internacionais. Já o diesel tinha desconto de 23,58%, ou R$ 0,94 por litro.

A empresa publicou comunicado ao mercado no início da semana fazendo um esclarecimento sobre a situação, e disse que eventuais reajustes nos preços de combustíveis, quando necessários, “serão realizados e suportados por análises técnicas e independentes”. A estatal disse ainda que a estratégia de preços aprovada em maio permite “competir de forma mais eficiente, levando em consideração sua participação no mercado”.

“Não há intervenção na Petrobras. O que nos foi comunicado é que estaríamos no limite do preço do barril de petróleo no nível de hoje. É claro que se houver oscilação para cima, a Petrobras terá responsabilidade e os repasses serão feitos”, disse Silveira, na Globo News.