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Conselho da AES Tietê rejeita oferta da Eneva

Conselho da AES Tietê rejeita oferta da Eneva

O conselho de administração da AES Tietê informou na noite de ontem (19 de abril) que decidiu, por unanimidade, rejeitar o que chamam de “proposta hostil” apresentada pela Eneva para combinação de seus negócios.

A decisão surpreendeu pelo tom do comunicado, repleto de críticas à Eneva, e também pelo colegiado não ter repassado a proposta aos acionistas da companhia, uma vez que seu próprio estatuto social define que deve haver uma assembleia geral extraordinária para deliberar assuntos como fusão, transformação ou incorporação da companhia.

Assim, a Eneva esperava que a proposta fosse encaminhada à AGE, onde teria chance de ganhar a disputa pois, como a AES Tietê é listada no Nível 2 de governança da B3, os minoritários teriam direito a voto. A MegaWhat apurou que a Eneva não descarta “forçar” a AGE por meio de algum minoritário. Oficialmente, a companhia disse que está avaliando os termos da carta da Tietê.

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Ao justificar a rejeição da proposta da Eneva, a AES Tietê afirmou que adota um planejamento estratégico voltado para geração de energia limpa e renovável, enquanto a Eneva tem seu modelo de negócios centrado na geração, exploração e produção de hidrocarbonetos. 

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Além disso, alegou que a proposta vai prejudicar a capacidade de distribuição de proventos aos seus acionistas, devido à estrutura de capital e endividamentos proposta pela Eneva. Como a companhia nasceria endividada, isso poderia ser um obstáculo ao seu crescimento.

O momento macroeconômico atual também foi usado na justificativa da AES Tietê. “A administração entende que o atual cenário macroeconômico afetado pela pandemia da Covid-19, não é propício para a implementação de operações altamente alavancadas”, diz o comunicado. 

A AES Tietê informou ainda que sua administração está disposta a se reunir com representantes da Eneva para tentar “aprimorar” e “adequar” a proposta a fim de atender os interesses dos seus acionistas. A nova proposta deve contemplar, segundo a carta, possibilidade de liquidez integral para quem não quiser migrar para a Eneva. 

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