Eficiência energética

SAF é oportunidade para Petrobras se posicionar no setor aeronáutico, diz Tolmasquim

O diretor de Transição Energética e Energias Renováveis da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou, em entrevista na manhã desta quarta-feira, 26 de julho, à GloboNews, que a estatal está analisando unidades de refino, que funcionem com 100% de óleo vegetal, para produzir combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel verde (HVO), que tem as mesmas características técnicas do diesel fóssil.  Segundo Tolmasquim, a Petrobras vê no programa de Compensação de Redução de Carbono na Aviação (Corsia, na sigla em inglês), a oportunidade de se “posicionar” no mercado. O Brasil firmou o compromisso internacional de reduzir as emissões de C02 no transporte aéreo internacional, em outubro de 2022, com o objetivo de garantir crescimento neutro de carbono na aviação brasileira a partir de 2027 e 100% de compensação das emissões de CO2 até 2050.

RIO OIL & GAS 2014 PAINÉIS DIA 170914 O Gás Natural na Matriz Elétrica Brasileira Maurício Tolmasquim – EPE
RIO OIL & GAS 2014 PAINÉIS DIA 170914 O Gás Natural na Matriz Elétrica Brasileira Maurício Tolmasquim – EPE

O diretor de Transição Energética e Energias Renováveis da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou, em entrevista na manhã desta quarta-feira, 26 de julho, à GloboNews, que a estatal está analisando unidades de refino, que funcionem com 100% de óleo vegetal, para produzir combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel verde (HVO), que tem as mesmas características técnicas do diesel fóssil. 

Segundo Tolmasquim, a Petrobras vê no programa de Compensação de Redução de Carbono na Aviação (Corsia, na sigla em inglês), a oportunidade de se “posicionar” no mercado. O Brasil firmou o compromisso internacional de reduzir as emissões de C02 no transporte aéreo internacional, em outubro de 2022, com o objetivo de garantir crescimento neutro de carbono na aviação brasileira a partir de 2027 e 100% de compensação das emissões de CO2 até 2050.

Dois meses após a assinatura do acordo, a Petrobras anunciou o investimento de US$ 600 milhões em uma nova planta para o refino de biocombustível para produzir o SAF e o diesel verde (HVO). 

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Responsável por 2% das emissões globais de gases de efeito estufa, o transporte aéreo está no grupo de setores considerados mais difíceis de descarbonizar. 

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De acordo com o executivo, além do setor, a petroleira está analisando, por meio dos Centros de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), o uso dos biocombustíveis no transporte rodoviário e marítimo, seja ele pelo SAF ou óleo vegetal. 

Captura de carbono 

O executivo também destacou que a companhia quer explorar a captura e o armazenamento de carbono em suas jazidas de pré-sal para empresas de siderurgia e químicas. 

“A Petrobras tem como principal produto o petróleo e gás, mas o grande desafio que todas as empresas petrolíferas do mundo estão tendo é, justamente, aumentar a produção de produtos renováveis, porque com as medidas que os governos estão adotando para combater as emissões dos gases de efeito estufa, vai haver uma queda na demanda do petróleo”, disse  

Neste futuro com produtos mais “sustentáveis” em termos de meio ambiente, Tolmasquim disse que a Petrobras vai aproveitar a venda do petróleo para esverdear seus produtos, mas sem deixar a “galinha dos ovos de ouro” de lado. 

Plano estratégico Petrobras 

Pensando no crescimento dos biocombustíveis e de outras tecnologias de baixo carbono, Raquel Coutinho, gerente de Mudanças Climáticas da estatal, afirmou que a companhia deve aumentar de 6% a 15% os investimentos do capex nos setores no próximo plano estratégico da estatal, válido de 2024 a 2028.  

“Em nosso próximo plano estratégico, vamos aumentar os investimentos, sairemos de 6% do nosso capex atual [ referente ao período entre 2023 e 2027] e vamos mirar em algo em torno de 6% a 15% em tecnologias de baixo carbono do próximo quinquênio”, destacou a executiva, que esteve presente em um dos painéis do Fórum Net Zero 2023, promovido pela Honeywell Brasil em parceria com a Amcham-SP.  

A executiva também salientou que a petroleira está desenvolvendo o novo plano estratégico, previsto para divulgação até o final deste ano.  

“Para esses novos investimentos, estamos mirando em produtos e soluções de baixo carbono, e estamos olhando nossas emissões de escopo 3. Então, estamos observando a sinergia de nossos negócios em diversas oportunidades, seja por meio das fontes renováveis ou por meio da captura de carbono”, afirmou Coutinho.