A geração de energia no Brasil derivada de fontes renováveis, como biomassa, eólicas, hidrelétricas e solares, alcançou mais 92% do total gerado no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2022, chegando a 62 mil MW médios. Os dados foram divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que afirmou se tratar do maior percentual dos últimos dez anos, desde que a matriz energética brasileira deixou de ser majoritariamente hídrica.
Entre as fontes renováveis, a produção de energia a partir da biomassa registrou aumento de 0,3% no período, em comparação ao ano anterior, chegando aos quase 3 mil MW médios. Atualmente existem 321 usinas de biomassa, com capacidade instalada de 14.927 MW.
A geração eólica cresceu cerca de 12,6% no comparativo anual, fornecendo ao SIN mais de 9 mil MW médios. Hoje o Brasil conta com 891 parques eólicos, que juntos somam mais de 25 mil MW de capacidade instalada.
Superada a crise hídrica de 2021, foram gerados a partir das hidrelétricas 48 mil MW médios, alta de 17,1%, em relação ao ano anterior.
Ainda na mesma base de comparação, a geração solar centralizada cresceu 64,3%, produzindo cerca de 1,4 mil MW médios. Segundo a CCEE, a chegada de 88 novas fazendas solares ao SIN fez com que o segmento alcançasse 4% de representatividade na matriz nacional.
Para Rui Altieri, presidente do conselho da CCEE, o aumento da participação das fontes renováveis no Brasil é um reflexo direto do cenário hídrico mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, além da expansão das usinas eólicas e solares.
“Este é o resultado de uma matriz energética diversificada, característica que nos coloca à frente de quase todos os outros países. Além de ser um ganho imensurável para o meio ambiente, essa característica nos traz uma série de oportunidades em novos mercados, como o de créditos de carbono e de hidrogênio renovável, que vão gerar benefícios para a sociedade nos próximos anos”, afirma Altieri.
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