A Eletrobras concluiu a assinatura de contrato para a venda do complexo termelétrico de Candiota (350 MW), o único ativo a carvão do grupo, para a Âmbar Energia pelo valor de R$ 72 milhões. A usina, localizada em Candiota, no Rio Grande do Sul, é de titularidade de sua subsidiária CGT Eletrosul.
Segundo a Eletrobras, a transação está sujeita a ajustes e condições precedentes usuais de mercado. “Uma vez concluída, a operação será mais um importante marco para a companhia na busca pela redução de emissões de CO2 e meta net zero em 2030, já que Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da Eletrobras”, disse a empresa em comunicado ao mercado.
Com a aquisição, a Âmbar que já possui ativos de geração de energia renovável e a gás natural, com investimentos em usinas e geração distribuída de energia fotovoltaica, passa a ter uma capacidade total de geração de 1,8 GW. A companhia também atua em transporte de gás (gasodutos), comercialização de energia e prestação de serviços ligados à área, como projetos de eficiência energética.
“A aquisição da usina termelétrica Candiota garante que sua capacidade siga à disposição do sistema elétrico brasileiro, contribuindo para a segurança da transição energética do país e para a expansão de nossas operações”, declarou o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, em nota da companhia.
Em paralelo e seguindo o plano de otimização societária da companhia, a Eletrobras também comunicou a evolução de duas negociações com o grupo Âmbar Energia por ativos detidos em conjunto com a Eletrobras.
Na primeira, a compra das participações de 51% da Âmbar Energia em dois ativos de transmissão por R$ 574 milhões nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) Vale do São Bartolomeu (VSB), entre Goiás e Mato Grosso, e Triângulo Mineiro Transmissora (TMT), em Minas Gerais, detidas em conjunto com a Eletrobras.
As duas SPEs terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação, têm receitas anuais permitidas (RAPs) homologadas para o ciclo 2023-2024 de R$ 49 milhões e R$ 53 milhões e concessões até outubro de 2043 e agosto de 2043, respectivamente.
Já a segunda operação envolve uma opção de compra de 51% das seis SPEs não operacionais de geração eólica do complexo Baleia, em favor da Brasilventos Energia S.A (BVE), subsidiária integral de Furnas, por R$ 1
As SPEs não possuem dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária.
“Os valores são alvo de discussão e uma vez estabelecidos, beneficiarão ambos os acionistas (Âmbar Energia e Eletrobras), uma vez que a efetivação da compra do ativo pela BVE só ocorreria após a conclusão das discussões e recebimento da seguradora”, disse a Eletrobras em nota ao mercado.