Bolsonaro admite ‘tentar mudar’ Petrobras, mas aponta ‘burocracia enorme’

Natália Bezutti

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Natália Bezutti

Publicado

06/Jun/2022 20:16 BRT

O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista ao Terraviva, na manhã desta segunda-feira, 6 de junho, que seu governo está tentando mudar a Petrobras. O movimento teria começado com a substituição de Bento Albuquerque por Adolfo Saschida à frente do Ministério de Minas e Energia. 

“Mudou o ministro de Minas e Energia, que quer mudar agora também toda a Petrobras, mas há uma dificuldade. Tem reunião de conselho, uma burocracia enorme, e demora isso aí. Só espero que até lá [mudar] não tenha aumento de combustível, porque eu não tenho participação no aumento do combustível. Por mim, ele não aumentaria, os lucros já são exagerados por parte da Petrobras”, disse Bolsonaro durante a entrevista. 

Apesar de o novo ministro ter incluído a Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o presidente Jair Bolsonaro reconheceu que a sua privatização dentro do atual mandato é “muito difícil”, e mesmo se tudo corresse bem, demoraria uns quatros anos para acontecer. 

Além disso, Bolsonaro voltou a afirmar que a estatal “tem uma ganância enorme” se referindo a uma alta margem de lucro da estatal, enquanto outras petroleiras teriam baixado suas margens para ajudarem seus países no momento de crise econômica. 

A alta margem, segundo o presidente da República, seria porque a estatal é “refém” dos acionistas minoritários. “E você pode ver que o lucro do primeiro trimestre na casa dos R$ 45 bilhões, onde 44% disso, R$ 18 bilhões vai para os minoritários”, falou.

Mas a responsabilidade pelo aumento dos combustíveis ainda foi dividida com os estados, pela não redução na arrecadação do ICMS. “Eu estou fazendo o possível. Antes de mim, quase ninguém sabia a composição do preço dos combustíveis, e agora estamos sabendo isso aí. Espero que nos próximos dias, como venho conversando com a Economia, e agora está num momento mais crítico ainda, a gente venha a resolver essa questão”, disse Jair Bolsonaro.