Um dia após defender a manutenção da política de preços dos combustíveis alinhada aos preços internacionais, a Petrobras aprovou nesta terça-feira, 28 de setembro, reajuste de 8,9% para o preço do óleo diesel fornecido para as distribuidoras. O novo preço médio, de R$ 3,06 o litro, entrará em vigor na próxima quarta-feira. Não houve alteração no preço da gasolina.
“Após 85 dias com preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais, a Petrobras realizará ajuste no preço do diesel A para as distribuidoras”, informou a companhia em comunicado.
De acordo com a estatal, considerando a mistura obrigatória de 12% de biodiesel e 88% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço do diesel na bomba passará a ser de R$ 2,70 por litro em média. Uma variação de R$ 0,22 por litro.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), considerando os preços desta terça-feira (ainda sem o reajuste), o preço médio do diesel fornecido pela Petrobras está com defasagem de 15% em relação ao preço de paridade de importação. Na mesma comparação, o preço médio da gasolina está com defasagem de 12%.
Com o reajuste, a entidade calcula que a defasagem do preço interno do diesel ficará em 7%, em relação ao preço de paridade de importação. A projeção é semelhante a realizada pelo Credit Suisse. Em comentário assinado pelo analista Regis Cardoso, o banco destaca ainda que a tensão política com relação ao assunto deve continuar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), usou as redes sociais para criticar o aumento dos preços dos combustíveis. “Amanhã, vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 [o litro] e o gás a R$ 120 [o botijão]”, afirmou o deputado, em sua conta no Twitter.
*Matéria atualizada às 14h06
(Foto: André Motta de Souza / Agência Petrobras)