Novembro e dezembro são meses críticos para abastecimento de energia, diz análise da MegaWhat
Novembro e dezembro deste ano são meses críticos para o abastecimento de energia, segundo análise mais recente sobre a conjuntura da crise hídrica elaborada pela MegaWhat Consultoria.
A análise compara a geração média hidrelétrica dos últimos cinco anos com a geração esperada para 2021, o que gera cenários de atenção para setembro e dezembro e cenários mais críticos para novembro e janeiro, quando a previsão da geração está praticamente em linha com a geração considerada necessária.
Considerando a importação de 1,3 GW médios, há maior chance de atendimento à carga. Contudo, o risco volta a aparecer no cenário que contempla a importação, mas também prevê que o sistema tenha indisponibilidade mínima de 28% das termelétricas do país.
Em novembro e dezembro, a geração hídrica prevista é inferior à tida como necessária, o que pode levar a déficits no abastecimento. Para dezembro, o cenário é ainda mais crítico, com não atendimento da geração hidráulica mínima em 80% das 2.000 séries utilizadas no estudo estatístico.
Mesmo sem indisponibilidade térmica, a situação permanece grave quando se considera o crescimento gradual da carga para um PIB de 5,15% em 2021, de acordo com a projeção mais recente do Boletim Focus do Banco Central.
Segundo a análise da MegaWhat, o cenário fica mais "justo" até o fim deste ano, com expectativas de geração muito próximas da geração necessária para garantir a estabilidade do sistema. O estudo estatístico das 2.000 séries aponta ainda para chance de restrições de atendimento a carga - blecautes -, principalmente em novembro.
O estudo também avalia a carga de ponta do sistema, considerando a demanda máxima mensal conforme observada em 2020. No lado da geração, entram eólicas, solares, PCHs e biomassa, a disponibilidade térmica constante do modelo Newave e a importação de 1,3 GW médios.
Esse cenário aponta a possibilidade de déficit no atendimento da ponta em dezembro, quando a geração hídrica mínima é superior à prevista. Em novembro, o cenário é de atenção.
Havendo restrição de termelétricas, o déficit de atendimento na ponta deve acontecer nos meses de setembro, novembro e dezembro, quando nota-se a possibilidade de ocorrência de apagões e a necessidade de redução da demanda nos próximos meses.
