Mercado livre de energia cresce 19% em janeiro de 2021, aponta CCEE

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

18/Mar/2021 13:42 BRT

O crescimento do consumo de energia elétrica em janeiro de 2021 teve como principal propulsor o mercado livre, sobretudo em decorrência da retomada dos agentes de maior porte e do aumento no número de adesões de cargas menores, representadas na categoria especial.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) afirma que, apesar das restrições impostas pelo avanço do covid-19, os volumes consumidos no primeiro mês do ano acompanharam a tendência do final de 2020. O Ambiente de Comercialização Regulado (ACR) apresentou queda de 0,5%, enquanto o Ambiente de Comercialização Livre (ACL) obteve alta de 10,7%.

No mercado livre, houve crescimento de 22,4% na demanda dos consumidores especiais que, em janeiro de 2021, somavam 7.686 agentes, 1.402 a mais do que no mesmo mês de 2020. Já a classe de consumidores livres apresentou aumento de 7,1% no mesmo período, com 111 novos aderentes desta categoria, fechando janeiro de 2021 com 1.049 consumidores livres. No total, a Câmara de Comercialização encerrou o primeiro mês deste ano com 10.715 agentes, frente a 9.007 no mesmo mês de 2020, apresentando resultado 19% superior.

No Sistema Interligado Nacional (SIN) como um todo, a geração e o consumo de energia tiveram elevação de 2,8% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano anterior. Uma das principais variáveis que influenciaram este aumento foi a produção industrial brasileira, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou alta de 2% no período.

O comportamento é ratificado pela elevação em 10 dos 15 ramos de atividade acompanhados pela CCEE. Destacam-se os setores de extração de minerais metálicos (17,9%), minerais não metálicos (12,7%) e têxteis (12,2%). As retrações se concentram nos segmentos impactados principalmente pelo distanciamento social, como serviços (-9,8%), transporte (-4,1%) e comércio (-2,9%).

Entre as fontes, destacam-se as eólicas, que apresentaram um aumento de 100,6% da geração no período verificado. Esse crescimento se dá, de acordo com a CCEE, por dois fatores: o crescimento da capacidade instalada de parques de um ano para outro e fatores climáticos que levaram as usinas a terem, em 2020, uma produção muito abaixo da esperada. A geração solar fotovoltaica também teve aumento, de 18,9%. Em contrapartida, as hidrelétricas recuaram 9,7%. Já as térmicas apresentam alta de 20,7%, no 3º mês seguido de ampliação.