Após abertura do mercado livre, consumo da alta tensão cresce em janeiro

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

04/Mar/2024 11:54 BRT

Categoria

Consumo

O aumento das temperaturas e a abertura do mercado livre de energia impulsionaram o consumo de consumidores de alta tensão e das industriais, que somaram 25.742 MW médios em janeiro, alta de 5% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. No total, o consumo no país somou 71.200 MW médios no período, alta de 6,6%. Os dados integram o Boletim InfoMercado Quinzenal, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A área de serviços foi a atividade econômica com maior consumo dentro do mercado livre e cresceu 9,8%. O setor sentiu os efeitos do uso mais intenso de equipamentos de refrigeração, especialmente nos segmentos de hotelaria, shoppings e hiper e supermercados, que têm maior peso e registram sazonalmente maior movimentação nos meses de verão.  

O relatório aponta ainda que as maiores altas foram observadas nos setores de Madeira, Papel e Celulose (10,8%) e Bebidas (10,2%). Apenas três ramos tiveram declínio na demanda por energia: Telecomunicações (-1,9%), a indústria têxtil (-2,7%) e o setor de fabricação de veículos (-3,9%).

No mercado regulado, o aumento foi de 7,5% no comparativo anual, a 45.458 MW médios.

Quase todos os estados apresentaram alta no consumo de eletricidade em janeiro, frente a igual período do ano passado. Destaque para o Amazonas (25%), Maranhão (21%), Mato Grosso (16,9%). Apenas o Rio Grande do Sul teve queda, de 7,1%, puxada por temperaturas mais amenas e um volume maior de chuva ante ao ano anterior.

>> Explorando a Abertura do Mercado Livre de Energia com Juliana Melcop Schor.

EPE

A Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também aponta um crescimento no ambiente de contratação livre, que registrou 18.504 GWh em janeiro, respondendo por 39,6% do consumo nacional de energia elétrica no período, de 46.715 GWh. O consumo do mercado livre representou crescimento de 8,7% em janeiro, período em que o número de consumidores cresceu 22,4% na comparação com janeiro de 2023.

O Nordeste foi a região que registrou a maior expansão do consumo (+12,6%) e do número de consumidores (+38,7%). Além da migração, a entidade afirma que a expansão do consumo da indústria, em especial dos mais eletrointensivos, e na parcela livre da classe comercial também ajudaram no desempenho do ACL.

No ambiente de contratação regulado, a alta foi de 9,4%, a 28.211 GWh. O número de unidades consumidoras aumentou 1,8% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre. Neste mercado, o Centro-Oeste (+15,2%) registrou a maior expansão do consumo.

Em relação ao consumo do período de 46.715 GWh em janeiro, o consumo de energia no subiu 9,1% em relação ao mesmo intervalo de 2023, sendo o segundo maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004, inferior apenas a dezembro passado.

O consumo de energia elétrica das residências foi de 15.396 GWh no mês, crescimento de 15,7% na mesma base de comparação. Segundo a EPE, a classe registrou a maior taxa de crescimento desde o início da série histórica da EPE, em decorrência das ondas de calor e o aumento da renda.

As altas temperaturas também ajudaram o consumo da área comercial a crescer 10,3% no período, chegando a 8.908 GWh. Outros fatores apontados pela EPE incluem o bom desempenho do comércio e a expansão da base de consumidores comerciais

Com 15.498 GWh, o consumo industrial de eletricidade avançou 3,7% em janeiro na comparação interanual. No primeiro mês do ano, 20 dos 37 setores monitorados pela EPE expandiram o consumo, com destaque para a metalurgia (+210 GWh; +5,5%); extração de minerais metálicos (+42 GWh; +5,4%); e fabricação de papel e celulose (+78 GWh; +3,7%).

Por outro lado, as maiores retrações no consumo de eletricidade foram observadas na fabricação de produtos químicos (-44 GWh; -2,7%) e no setor automotivo (-37 GWh; -7,3%).

Todas as regiões e estados observaram expansão do consumo em janeiro. Os maiores crescimentos ocorreram no Centro-Oeste (+13,8%), Sudeste (+9,8%) e Norte (+9,1%).

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