Distribuição

RS tem seis barragens em situação de risco; 470 mil consumidores estão sem energia

O governo do Rio Grande do Sul informou neste domingo, 5 de maio, que chegou a seis o número de barragens em situação de emergência, apresentando risco de rompimento e já com ações de resposta em andamento.  Segundo o estado, ao todo, 18 barragens apresentam algum nível de fragilidade.

RS tem seis barragens em situação de risco; 470 mil consumidores estão sem energia

O governo do Rio Grande do Sul informou neste domingo, 5 de maio, que chegou a seis o número de barragens em situação de emergência, apresentando risco de rompimento e já com ações de resposta em andamento.  Segundo o estado, ao todo, 18 barragens apresentam algum nível de fragilidade.

As barragens da UHE 14 de julho e da PCH Salto Forqueta estão com maior risco de ruptura iminente. Na última semana, ocorreu o rompimento parcial da barragem da UHE 14 de julho, cenário que segue inalterado há três dias.

Em relação a PCH Salto Forqueta (6 MW), localizada no rio Forqueta, nos municípios de Putinga e São José do Herval, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) comunicou que neste sábado, 4 de maio, houve rompimento parcial do reservatório da unidade.

Outras cinco barragens estão em nível de alerta, que é quando as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança, são elas: UHE Dona Francisca, UHE Bugres, Capané, B2 e Tupi. 

Há ainda quatro barragens em “nível de atenção”, que é quando as anomalias não comprometem a segurança da barragem no curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo no decurso do tempo, são elas:  UHE Canastra, UHE Monte Claro, UHE Castro Alves e PCH Furnas do Segredo, em Jaguari.

O estado também permanece monitorando, com atenção, as barragens de Santa Lúcia, em Putinga; Nova de Espólio de Aldo Malta Dihl, em Glorinha; Belo Monte, em Eldorado do Sul; e Filhos de Sepé, em Viamão.

Sem energia

O Rio Grande do Sul soma mais de 470 mil consumidores sem energia por conta das enchentes, conforme dados divulgados neste domingo, 5 de maio, pelo governo do estado.

Na área atendida pela RGE, da CPFL, cerca de 272 mil clientes estão sem energia, equivalente a 8,9% dos consumidores da companhia. Cerca de 40 municípios na área de concessão da distribuidora estão com o fornecimento totalmente interrompido, sendo a região metropolitana (21,2 mil consumidores) e as cidades do Vale do Taquari (113,8 mil), Vale do Sinos (45 mil), no Vale do Rio Pardo (33,3 mil), na Serra (27,9 mil) e no Planalto (18 mil) as mais afetadas.

Segundo a Aneel, há também o agravamento da transmissão em torno de Porto Alegre e evacuação do centro de operação da CPFL em Canoas.

Na área de concessão da CEEE Equatorial, 157 mil clientes estão sem energia, dos quais 141 estão desligados por questões de segurança ou encontram-se em área com impedimento de acesso. Segundo a empresa, todos os municípios da sua área de concessão foram impactados, com destaque para as cidades de afetados Guaíba, Pelotas, Porto Alegre e Alvorada.

Já a cooperativa Cerprel tem 43,9 mil clientes sem energia.

Ainda devido às inundações, permanece desligada a subestação Nova Santa Rita, que deixou fora de operação 16 importantes linhas de transmissão, fragilizando, segundo a Aneel, a conexão entre os sistemas de transmissão e deixando os sistemas remanescentes sobrecarregados e mais suscetíveis a novas contingências que podem levar a cortes de cargas.

Também estão fora de operação as linhas de transmissão Cidade industrial/Venâncio Aires, Lajeado 2/Lajeado 3 Monte Claro/ 14 de julho, LT D. Francisca/Itaúba, LT Dona Francisca/Santa Maria 3 C.1, LT Canastra 3/Três Coroas, LT Taquara/Osório 2 e a subestação Candelária, além das UHEs Castro Alves, 14 de julho, Monte Claro e a subestação Jacuí.

Com cerca de 300 municípios do estado afetados pelas fortes chuvas, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ampliou a importação de energia elétrica do Uruguai para garantir o fornecimento na área. O ONS também solicitou o despacho termelétrico da UTE Canoas, de titularidade da Petrobras, e a elevação de geração da UTE Pampa Sul, controlada pela Engie, para sua capacidade máxima de operação.  

O ONS pediu ainda a manutenção da defluência da UHE Passo Real, que atrelada à recessão da afluência pode reduzir o nível do reservatório gradualmente.

Em comunicado divulgado neste domingo, 5 de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que uma indisponibilidade na linha de transmissão de interligação da a UTE Pampa Sul causou sua suspensão. Em nota enviada à MegaWhat, a autarquia afirmou que a UTE já retornou a operação. 

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cerca de 4 mil técnicos já estão atuando nas áreas onde há viabilidade para o religamento dos serviços de energia elétrica, além disso, existe uma preparação de um regime de contingência das distribuidoras e assim que houver uma maior liberação dos acessos, haverá a reconstrução dos sistemas que foram afetados, dentro do menor prazo possível. 

“Estão sendo enviadas equipes de todo o Brasil para que a gente consiga recompor essas 380 mil unidades consumidoras o mais rápido possível”, disse o ministro.

Combustível

Também foram definidas pelo Comitê de Gerenciamento de Crise ações para garantir o abastecimento de combustível do estado, incluindo a dispensa, nos casos de necessidade extrema, da mistura de teor de biodiesel no diesel, e do estabelecimento de rota alternativa para transporte do combustível por duto e o compartilhamento de estrutura entre distribuidoras.

Fazem parte do comitê o MME, a Aneel, Agência Nacional de Mineração e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

*Atualizada às 11h58 para adição de trecho sobre a retomada de UTE Pampa Sul*