A sequência de chuvas, vento e descargas atmosféricas que atingiram o Rio Grande do Sul desde a última quarta-feira, 24 de abril, já deixou mais de 318 mil consumidores do estado sem energia, conforme dados divulgados pelas distribuidoras da área na manhã desta quinta-feira, 2 de maio.
Na área atendida pela RGE, da CPFL, 259 mil clientes estão sem energia. Destes, 128 mil estão em locais sem acesso ou em áreas alagadas, em que a energia foi desligada por segurança. As regiões mais afetadas são Vale do Taquari (101,9 mil), Serra (51,3 mil), Vale do Rio Pardo (31,8 mil), Planalto (23,9 mil), Central (16 mil), Vale do Sinos (15,1 mil) e região de Canoas (11,7 mil).
Na área de concessão da CEEE Equatorial, 59 mil clientes estão sem energia. Os municípios mais afetados estão nas regiões Metropolitana, Sul, Litoral Norte – São Lourenço do Sul, Balneário Pinhal, Alvorada e Porto Alegre. Do total de clientes sem energia, aproximadamente 4,5 mil clientes estão desligados por segurança, devido aos alagamentos.
Em comunicados, a RGE e a CEEE Equatorial destacam que bloqueios em estradas, árvores caídas e pontos de alagamentos não permitem acesso às redes elétricas para atendimento às ocorrências. Contudo, equipes das empresas seguem mobilizadas para restabelecer o fornecimento de energia.
Situação de hídricas
A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) informou que devido às altas precipitações em toda a bacia do Taquari-Antas, houve um incremento nas vazões do Rio das Antas. Também houve deslizamentos generalizados nas estradas, que impediram o acesso às UHEs Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho -deixando-as isoladas e dependentes de operação local.
Segundo a empresa, a situação mais crítica ocorreu na UHE 14 de Julho, onde foram acionadas as sirenes de evacuação devido à dificuldade de monitoramento remoto, pela interrupção da comunicação, devido às chuvas. A usina está localizada no rio das Antas, nos municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também publicou uma nota, na qual afirma está monitorando a situação da barragem da UHE Dona Francisca, que teve o Plano de Ação de Emergência (PAE) acionado após intensas chuvas nos municípios adjacentes ao rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. A agência está em contato com a defesa civil municipal e estadual para adoção de medidas preventivas.
Segundo a autarquia, a afluência na hidrelétrica foi reduzida para 5.000m³/s e também foram adotadas medidas operativas para reduzir o rito de elevação do reservatório, as defluências na UHE Passo Real. Além disso, a UHE Jacuí está operando no mínimo, a hidrelétrica Itaúba está operando a fio d´água e a subestação D. Francisca está com serviços auxiliares atendidos por gerador e bateria.
No momento, fiscais da agência se deslocarão para coordenar as ações junto às concessionárias e ao governo do estado.
Chuvas no estado
O governo estadual publicou nesta quarta-feira, 1° de maio, o decreto 57.596, que “declara estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul afetado pelos eventos climáticos de chuvas intensas”. Na publicação, a administração destaca que a área foi atingida por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de nível III (caracterizados por danos e prejuízos elevados).
O decreto 57.596, que vigorará por 180 dias, também usa o padrão da Codificação e Classificação Brasileira de Desastres (Cobrade).
*Matéria atualizada às 11h54 para mudanças nos números da CEEE Equatorial*