Economia e Política

FUP e Anapetro pedem urgência em suspenção da distribuição de dividendos da Petrobras

A Associação Nacional dos Petroleiras Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciaram que vão adotar novas medidas judiciais e administrativas para suspender o pagamento de dividendos da Petrobras (PETR4) no valor de cerca de R$ 22 bilhões, previsto para ocorrer nesta quinta-feira, 19 de janeiro.

FUP e Anapetro pedem urgência em suspenção da distribuição de dividendos da Petrobras

A Associação Nacional dos Petroleiras Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciaram que vão adotar novas medidas judiciais e administrativas para suspender o pagamento de dividendos da Petrobras (PETR4) no valor de cerca de R$ 22 bilhões, previsto para ocorrer nesta quinta-feira, 19 de janeiro.

“Vamos reforçar o pedido de liminar à ação que está em curso na Justiça Federal do Rio de Janeiro, para que seja concedida, com urgência, medida barrando o pagamento”, explica o advogado Angelo Remédio, da Advocacia Garcez, que representa FUP e Anapetro no processo.

Segundo as entidades, a distribuição do montante equivale à metade do pagamento total, de R$ 43,7 bilhões, referentes aos resultados do terceiro trimestre de 2022. A primeira parcela foi paga em dezembro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A distribuição de dividendos de tal magnitude é imoral. Serão R$ 180 bilhões de adiantamento de dividendos referentes a 2022, mais R$ 37 bilhões pagos no primeiro semestre, relativos a restos a pagar de dividendos de 2021. Ou seja, a Petrobrás vai distribuir, pelo critério caixa, R$ 207 bilhões de dividendos relativos à 2022”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em nota.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para suspender os pagamentos do montante, as entidades argumentam que “grande parte do lucro da empresa veio da venda de ativos” e da “dolarização” dos preços de combustíveis, e que o governo deveria decidir sobre o assunto.

Além disso, a FUP e a Anapetro querem que a Petrobras adote uma nova política de dividendos, voltada ao aumento de investimentos da empresa, e para interesses da sociedade brasileira, não apenas de acionistas minoritários.

As duas entidades também vão encaminhar ofício à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), contestando a operação.

Em novembro de 2022, as instituições informaram que iriam entrar na Justiça para tentar barrar a distribuição de dividendos da estatal. A possível nova ação se somará às medidas já apresentadas na ocasião.

De acordo com a FUP e a Anapetro, o grupo de trabalho do governo de transição do Ministério de Minas e Energia (MME) pediu à administração da Petrobrás, no ano passado, a suspensão dos pagamentos de dividendos.

“Qualquer decisão sobre dividendos deveria caber à futura administração da empresa, já considerando as diretrizes de um novo controlador”, afirma Bacelar.

Para o presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, a atual política de dividendos da Petrobras permitiu que os pagamentos trimestrais com saque, inclusive, na conta reserva, implicou na redução do Patrimônio Líquido da empresa.