O departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) lançou nesta terça-feira, 9 de janeiro, solicitação de proposta (RFP, na sigla em inglês) para serviço de enriquecimento de urânio, material usado em usinas nucleares. O RFP é uma espécie de documento comercial que anuncia um projeto, o descreve e solicita propostas de empreiteiros qualificados para concluí-lo.
No total, o Inflation Redution ACT (IRA) fornecerá até US$ 500 milhões para contratos de enriquecimento selecionados na RFP e um contrato separado para serviços de transformação do urânio enriquecido em metal, óxido e outras formas para ser usado como combustível para reatores.
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Segundo a pasta, a ação faz parte da estratégia do governo norte-americano para alcançar o net zero até 2050, aumentar a segurança energética, criar empregos e fortalecer a competitividade econômica do país. Atualmente, o urânio enriquecido não está disponível comercialmente nos EUA, que poderia aumentar a oferta interna para estimular o desenvolvimento e a implantação da fonte nuclear.
Ali Zaidi, assistente do presidente e conselheiro nacional para o clima, disse que a energia nuclear é essencial para acelerar a adoção de fontes limpas no país, o que demandará o reforço do fornecimento interno de urânio.
“O caminho para uma maior segurança energética e mais soluções climáticas passa por investimentos como estes, realizados em escala histórica pelo presidente Biden. É uma boa notícia para a nossa economia, para a força de trabalho da América e para o nosso planeta”, destaca o assistente.
A visão é compartilhada pela secretária de Energia dos EUA, Jennifer M. Granholm, que vê na iniciativa uma forma de “reforçar a segurança nacional e energética por meio da construção interna de uma cadeia de abastecimento Haleu[sigla em inglês para urânio enriquecido] robusta, ajudando a implantar usinas nucleares ao passo que combate a crise climática”.
No momento, os reatores nuclares dos EUA funcionam com urânio até 5% enriquecido. Contudo, o DOE afirma que a maioria dos reatores nucleares requer Haleu, que é enriquecido entre 5% e 20%, para alcançar “designs menores” e mais versáteis.
RFP
O escritório de energia nuclear do departamento planeja conceder um ou mais contratos, com duração máxima de dez anos, para a produção de Haleu no país. Uma vez enriquecido, o material será armazenado no local até que haja necessidade de enviá-lo aos conversores.
“O governo garante a cada contratante um valor mínimo de encomenda de US$ 2 milhões, a ser utilizado durante a vigência do contrato. As atividades de enriquecimento e armazenamento devem ocorrer no território continental dos Estados Unidos e cumprir a Lei de Política Ambiental Nacional. As propostas devem ser entregues até 8 de março”, finaliza o DOE.