Os recursos destinados ao programa Nova Indústria Brasil não dependerão da questão fiscal do país, de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e não levarão à despesa adicional no orçamento. Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, parte dos R$ 300 bilhões destinados ao programa serão captados do mercado, por meio de fundos.
” O governo não vai fazer nenhum aporte de dinheiro para o BNDES, não vamos colocar recursos a mais. O BNDES não vai comprar ações de empresas. O que existe é o seguinte, a neoindustrialização, que é importante, é inovadora, verde, produtiva e exportadora, então, o programa não é setorial, é setorial e busca melhorar esses aspectos. Parte do dinheiro para financiar o projeto de incentivo à indústria será captado no mercado. [O programa] não tem nenhum dinheiro do governo. Na realidade, não tem impacto fiscal”, disse o também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em entrevista ao Portal UOL.
De acordo com Alckmin, o BNDES fornecerá crédito aos projetos focados em seis vertentes do programa: fortalecimento das cadeias agroindustriais; área da saúde; melhoria do bem-estar das pessoas nas cidades; transformação digital das indústrias brasileiras; bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas; e área da defesa, com prioridade para ações, entre elas, voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear.
“O que o BNDES está estudando é R$ 8 bilhões para um fundo de minerais críticos,[por exemplo]. O valor iria para um fundo de minerais críticos. O Brasil é rico nisso, mas precisamos de estudos. Nesses R$ 8 bilhões, a União não vai entrar, mas faremos um fundo, ou seja, crédito para minerais críticos e bioeconomia. O crédito é fundamental para a indústria. O governo não vai subsidiar mais nenhum setor”, afirmou.
Segundo Geraldo Alckmin, a ação também é vista nos Estados Unidos, Europa e China como países que adotam essa estratégia e podem proteger o emprego e a indústria nacional.
“Estamos cansados de fazer antidumping, porque subsidia lá fora para vender aqui dentro. Nós não queremos só montar no Brasil, nós queremos que fabrique aqui, que a peça seja produzida aqui, que você avance do ponto de vista tecnológico” disse o vice-presidente, destacando que este ponto do projeto ainda será discutido.