Os problemas na cadeia de suprimento global da indústria eólica continuam prejudicando os resultados da dinamarquesa Vestas, que teve prejuízo de 147 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, ante um lucro de 116 milhões de euros obtido no mesmo período do ano passado. A receita da companhia caiu 29,3%, a 3,9 bilhões de euros.
A retração na receita refletiu, principalmente, as menores entregas na Europa e nos Estados Unidos, além de atrasos no transporte de equipamentos e desafios na execução de projetos.
O desempenho da companhia também foi prejudicado pela sua decisão de sair do mercado russo e suspender temporariamente as atividades na Ucrânia.
No Brasil, as entregas no trimestre caíram quase pela metade, saindo de 609 MW para 331 MW no período apurado. No total, as entregas da Vestas no período em todo o mundo caíram de 6,02 GW a 3,5 GW.
As encomendas caíram pela metade no trimestre, para 1,9 GW, mas o movimento foi compensado pela alta dos preços dos equipamentos. Ao fim do trimestre, a carteira da Vestas em MW tinha caído 20%, a 19,3 GW, mas o valor desta carteira teve um percentual de retração de 6,2%, a 18,1 bilhões de euros.
O Brasil contribuiu com o desempenho, com uma alta das encomendas, o mesmo visto na Argentina no trimestre, enquanto as encomendas nos Estados Unidos retraíram.
Com a persistência do cenário adverso, a Vestas revisou para baixo suas previsões para 2022. A receita do ano deve ficar entre 14,5 bilhões de euros e 15,5 bilhões de euros – até então, o montante projetado podia chegar a até 16 bilhões de euros.
Por outro lado, a receita com serviços deve crescer no mínimo 20% no ano, ante a projeção anterior que apontava um crescimento de 10% em 2022.
