A Petrobras planeja anunciar parceria ou aquisição (M&A) de usina eólica onshore ou solar no Brasil até o começo de 2024, disse o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim. Segundo o executivo, a prioridade é por projetos já operantes, com possibilidade de expansão.
“Queremos colocar rapidamente no portfolio da Petrobras alguns megawatts renováveis, e projetos greenfield vão dar frutos mais adiante”, avaliou em entrevista a jornalistas em evento pelos 70 anos da Petrobras nesta terça-feira, 3 de outubro.
Segundo Tolmasquim, pelo porte da Petrobras e pelos custos de transação envolvidos, “não faz sentido entrar em algo muito pequenininho”, embora ele admita que projetos onshore dificilmente terão a mesma capacidade que os offshore. “Gigawatt (GW) é só no mar. Os projetos são de centenas de MW, mas a gente anseia, juntando alguns projetos e ao longo do tempo, ter GW”, disse.
Perguntado se as turbinas de 7 MW, a serem produzidas em parceria com a WEG, poderiam equipar alguns desses projetos, Tolmasquim respondeu que a aplicação dos equipamentos ainda está sob análise. “Essa de 7 MW seria em terra, mas estamos pensando em depois expandir para o mar, para algo maior offshore”, afirmou.
“Talvez o futuro nos leve do poço ao poste”
Durante a cerimônia comemorativa pelos 70 anos da Petrobras, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse vislumbrar um futuro em que a empresa esteja “do poço ao poste, das brisas do mar ao armazenamento de energia”. A fala faz referência ao jargão “do poço ao posto”, usado para se referir a empresas integradas de petróleo, que atuam em todas as áreas da exploração de óleo e gás.
Desde que assumiu a presidência da companhia, em mais de uma oportunidade Prates lamentou que a venda da BR Distribuidora tenha afastado a Petrobras do consumidor final. “A Petrobras precisa voltar para próximo do consumidor final – este ou o novo consumidor de energia”. Segundo o presidente da estatal, a ideia não seria necessariamente a de recomprar a Vibra ou outra distribuidora. “Podemos rever algumas decisões, mas principalmente avançar em decisões novas”, afirmou.
Nesse sentido, uma das possibilidades para essa aproximação com o consumidor final pode vir por meio do mercado elétrico. “Podemos tentar chegar pelo menos a consumidores de grande porte”, disse.
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