Omega propõe fusão entre negócios de geração e desenvolvimento de projetos

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

25/Set/2021 21:53 BRT

Categoria

EmpresasEólica

O conselho de administração da Omega Geração aprovou na sexta-feira, 24 de setembro, uma proposta de combinação de seus negócios com a Omega Desenvolvimento. Ao unificar os dois braços, será criada a Omega Energia. O negócio, que visa acelerar o plano da companhia de superar 4,5 GW em operação até dezembro de 2024, ainda precisa ser aprovado pelos seus acionistas não controladores em uma assembleia geral extraordinária convocada para 28 de outubro.

O acordo proposto prevê que a Omega Geração vai representar 74,4% da nova empresa, e a Omega Desenvolvimento vai representar as ações correspondentes aos 25,6% restantes. Cada ação da Omega Geração vai receber 1,489 ação da Omega Energia.

A relação de substituição foi calculada considerando o preço por ação da Omega Geração de R$ 40,00, prêmio de 18% sobre o preço de fechamento das ações da companhia no pregão de ontem, de R$ 33,90. No caso da Omega Desenvolvimento, foi considerado o fluxo de caixa descontado de 33,5% do portfólio em desenvolvimento pela empresa. 

Não foram incluídas as eventuais otimizações e redução de custo do plano conjunto de desenvolvimento de oportunidades, potenciais upsides, o negócio que está sendo desenvolvido no mercado americano e o crescimento acelerado da comercializadora do grupo.

A Omega Energia será listada no Novo Mercado da B3, segmento de maior governança no qual a Omega Geração hoje é listada. Ela vai ser o veículo exclusivo dos atuais controladores da Omega Geração para exploração dos negócios de desenvolvimento de energia no país.

Os cálculos apontam que os projetos em implantação devem adicionar por volta de R$ 390 milhões em Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) até 2024. Os projetos considerados para o portfólio selecionado da Omega Desenvolvimento, por sua vez, poderão adicionar cerca de R$ 700 milhões no Ebitda no mesmo período. Assim, a companhia vê oportunidade para quase duplicar seu resultado em 2024 com a fusão dos dois braços.

Acionistas que discordem do negócio, caso ele seja aprovado por maioria, terão direito de retirada. Nesse caso, as ações serão remuneradas pelo valor de R$ 19,56, calculado com base no valor de patrimônio líquido em 31 de dezembro de 2020.

Negócios no exterior

Na mesma reunião do conselho, foi aprovado que, uma vez concretizada a combinação dos negócios, a sua administração deverá estudar uma forma de posicionar a Omega Energia em patamar global, de forma a fomentar o engajamento de longo prazo dos acionistas. 

A ideia é constituir uma sociedade com sede no exterior, com ações listadas na Nyse ou Nasdaq, de forma que a base acionária da Omega Energia possa migrar para essa nova sociedade.

A Omega Desenvolvimento detém uma controlada nos Estados Unidos desde meados deste ano, e está prospectando áreas e oportunidades para desenvolvimento de ativos novos (greenfield). Além disso, está avaliando potenciais aquisições de empresas de tecnologia que acelerem sua plataforma digital global, a fim de colocar o grupo em uma posição diferenciada para se tornar uma provedora global de energia limpa e digital.