Buscando um portfólio de geração menos hidráulico e mais solar, seja centralizada ou distribuída, a EDP Brasil anunciou a jornalistas nesta segunda-feira, 25 de outubro, a venda de três ativos voltados para a geração hidráulica, as usinas de Cachoeira Caldeirão (219 MW), Jari (392,95 MW) e Mascarenhas (198 MW).
Os contratos deverão ser assinados até o fim de 2021, e os três ativos serão vendidos integralmente a uma empresa, que terá contrato de exclusividade, e a qual, o nome não foi revelado. Inclusive as usinas Cachoeira Caldeirão e Santo Antônio do Jari, ambas no Amapá, que têm seu controle dividido igualmente (50%/50%) com a CTG Brasil.
“As duas vão vender as participações de 100% dos ativos, e os dois juntos tem 100% pelo mesmo preço, vendido à mesma entidade”, disse João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil.
Segundo Henrique Freire, CFO da empresa, a venda será registrada como evento subsequente, após o cumprimento das regras estabelecidas no contrato. “A assinatura do contrato deve acontecer até o final do ano, e depois deve passar pelo Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sendo concluída até o final do primeiro trimestre de 2022”, completou.
Hoje a empresa anunciou seu primeiro investimento do ponto de vista contábil na área solar, com quem vai dividir o controle do Complexo Solar Monte Verde. A previsão é que a planta instalada no Rio Grande do Norte entre em operação no primeiro semestre de 2024.
“Mais um atributo para que o brasil não dependa tanto da geração hídrica e se adapte à transição energética. Investimento de baixo risco, contrato de longo prazo com a nossa empresa de trading, que já posicionou parte significativa dessa energia no mercado”, completou Marques.
A geração solar está entre os eixos estratégicos para o crescimento da EDP no Brasil até 2025, quando a companhia pretende atingir a marca de 1 GWp em capacidade instalada nessa modalidade. Com o anúncio do projeto Monte Verde Solar, o portfólio da EDP neste segmento chega a cerca de 310 MWp.
Sobre os futuros projetos de geração solar centralizada, a empresa pretende seguir em parceria com a EDP Renováveis, pois entende que, da sua parte, tem o conhecimento do mercado brasileiro, enquanto o braço de geração do grupo, entende da tecnologia.
E segundo o CEO da EDP Brasil, novos projetos devem ser anunciados no segmento em breve. “Entendemos que no curto prazo haja mais negócios”, concluiu.
Leia também:
* “Quem melhor do que nós para apostar na qualidade da nossa ação?”, diz CEO da EDP ao anunciar buyback
* Lucro líquido da EDP cresce 70% e vai a R$ 510 milhões no terceiro trimestre