Depois de anos de disputas entre os sócios, a Eletrobras, por meio da sua subsidiária Furnas, assinou a compra de 22,9% da hidrelétrica de Santo Antonio que não estavam nas suas mãos, por R$ 168 milhões.
Agora, a Eletrobras terá 95,2% da hidrelétrica, que fica no rio Madeira (RO), e tem potencia instalada de 3.568,8 MW e 2.313,3 MW médios de garantia física.
Pelo acordo, Furnas vai comprar 4,1% da usina detida pela Cemig; 8,9% da Novonor (antiga Odebrecht); 4,8% em participação indireta da Novonor, por meio da compra de 50,1% do Caixa FIP Amazônia Energia; e 5,1% detidos pela SAAG Investimentos, que pertence, por sua vez, à Cemig e à Andrade Gutierrez, além de uma série de fundações sociais ligadas à Cemig.
A participação que vai remanescer fora da Eletrobras, de 4,8%, ficará com o Caixa FIP Amazônia Energia, agora 100% controlado por recursos do FGTS.
Segundo a Eletrobras, a aquisição está alinhada com seu objetivo estratégico, além de simplificar a estrutura e reforçar seu papel de liderança nas subsidiárias.
Até então, Furnas tinha 72,36% da hidrelétrica, que foi estatizada pouco antes da privatização da Eletrobras, como resultado do conflito entre os sócios da empresa. Como tinha mais de 50% da empresa que detém a usina, ela já era consolidada no balanço da Eletrobras, incluindo sua dívida expressiva.
A consolidação pela Eletrobras aconteceu depois que a empresa foi a única a subscrever um aumento de capital necessário para pagar derrotas importantes sofridas pela usina em arbitragens motivadas por conflitos históricos entre seus sócios. Furnas tinha 43% da empresa, mas aportou R$ 1,5 bilhão no seu capital paga pagar as arbitragens, o que aumentou sua participação e diluiu a dos demais sócios.