Petrobras assina acordo com empresa chinesa em renováveis e anuncia reativação de planta de fertilizantes

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

18/Abr/2024 13:39 BRT

A Petrobras assinou um protocolo de intenções com a China National Chemical Energy Company (CNCEC) para explorar oportunidades em diversas áreas, incluindo os setores de energias renováveis e transição energética.

A parceria também englobará a avaliação de potenciais acordos comerciais nas áreas de exploração de petróleo; produção de fertilizantes a partir de gás natural e outras fontes; desenvolvimento da produção; refino; biorrefino e petroquímica; engenharia, construção e serviços; além de pesquisa, desenvolvimento e Inovação.

Em nota, a estatal afirma que o protocolo terá duração de dois anos e será imediatamente ativado com a análise conjunta de ativos de fertilizantes e petroquímica.

Reativação de Ansa

Ainda em fertilizantes, a diretoria executiva da estatal aprovou, por unanimidade, medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), situada no Paraná ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar).

Subsidiária da Petrobras, a planta possui capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia - usadas na produção de fertilizantes agrícolas e de outros setores -, além de 450 mil m³/ano do agente redutor líquido automotivo (Arla 32). Segundo a petroleira, diante da revisão das diretrizes estratégicas aprovadas no ano passado, o retorno faz parte da sua estratégia de investimento na produção de fertilizantes.

Para a primeira etapa da revitalização, a diretoria executiva aprovou a negociação com ex-empregados, e junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos termos da contratação; e o início dos trâmites para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos relativos à retomada da planta industrial. Tanto os acordos trabalhistas quanto a realização das licitações e contratações ficaram condicionados a uma nova deliberação da diretoria executiva.

A diretoria da Petrobras também recomendou que a Ansa realize trabalhos de campo, buscando a otimização do escopo da parada programada e avaliação da integridade dos equipamentos. A previsão da companhia é que, a partir da próxima semana, as áreas técnicas e administrativas da petroleira sigam com os trabalhando de análises, consultas e recomendações internas com vistas a prover todas as condições para as próximas deliberações a respeito da retomada das operações.

Já a diretoria de processos industriais iniciou os estudos para reativar a unidade de produção de Arla 32 e o trading de fertilizantes nitrogenados, ureia pecuária e industrial, com vistas a voltar ao mercado e se antecipar ao início da produção.

Bacia de campos

A diretoria executiva da Petrobras também aprovou a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a produtora independente Perenco Petróleo e Gás do Brasil (Perenco). Os campos estão em hibernação desde março de 2020, quando a produção de ambos foi interrompida.

Em comunicado, a estatal informa que o valor a ser recebido por ela com a operação será de US$ 10 milhões, sendo US$ 1 milhão pago na data de assinatura do contrato para a cessão dos ativos e o restante no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato.

Segundo a empresa, a transferência dos campos pode levar à retomada da produção pelo novo operador, sendo uma “alternativa mais vantajosa para a Petrobras em comparação à opção de descomissionamento das instalações e devolução das concessões à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, ao passo que direciona seus investimentos no segmento de exploração e produção para ativos mais aderentes à estratégia da companhia, que envolve, entre outros fatores, a descarbonização crescente das operações.