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Enel reduz investimentos na América Latina e faz alerta para volatilidade na região

O grupo italiano Enel divulgou seu plano estratégico 2024-2026, que prevê investimentos totais de 35,8 bilhões de euros, montante inferior que os investimentos do plano anterior, do período de 2023 a 2025, de 37 bilhões de euros. Dos recursos totais a serem investidos no próximo triênio, 19% devem ser destinados à América Latina e 7% para a América do Norte, o que representa uma redução frente aos 45% destinados às regiões entre 2020 e 2022. Segundo executivos da companhia, a redução do investimento na América Latina busca o reequilíbrio, após anos de investimento intenso na região.

Foto ilustrativa de finanças, com moedas e um gráfico
Estratégias para financiamento do G20 serão tema de roadmap do grupo | Free Images

O grupo italiano Enel divulgou seu plano estratégico 2024-2026, que prevê investimentos totais de 35,8 bilhões de euros, montante inferior que os investimentos do plano anterior, do período de 2023 a 2025, de 37 bilhões de euros. Dos recursos totais a serem investidos no próximo triênio, 19% devem ser destinados à América Latina e 7% para a América do Norte, o que representa uma redução frente aos 45% destinados às regiões entre 2020 e 2022. Segundo executivos da companhia, a redução do investimento na América Latina busca o reequilíbrio, após anos de investimento intenso na região.

“Alcançamos posições muito boas na América Latina, somos um dos mais relevantes em redes, geração de energia, comercialização”, disse o diretor Financeiro da Enel, Stefano de Angelis, durante apresentação do plano estratégico do grupo nesta quarta-feira, 22 de novembro, em evento em Milão (Itália).

Para o executivo, os retornos são resilientes mesmo às altas inflações da região. Apesar disso, Angelis considera que a volatilidade na região é alta demais para investimentos mais longos, como plantas de duração de 25 anos.

 Retorno e redução de custos

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O grupo anunciou que deverá focar em retorno e resiliência, com maior seletividade nos investimentos para maximizar os lucros e reduzir riscos. Com isso, a expectativa é alcançar em 2026 lucro líquido entre 7,1 e 7,3 bilhões de euros.

Os maiores investimentos devem ir para a área de grids, com 18,6 bilhões de euros voltados para “qualidade, resiliência e digitalização”, assim como novas conexões, “confirmando a centralidade de negócios regulados na estratégia do grupo”, segundo o anúncio.

Outros 12,1 bilhões de euros estarão alocados em energia renovável, com “decisões mais seletivas” em negócios como eólicas onshore, solar e baterias. A terceira área com mais investimentos será a divisão de consumidores, que deve ter 3 bilhões em Capex para integração de portfólio e serviços, incluindo digitalização.

O Brasil está entre as seis principais regiões para a Enel, ao lado de Itália, Espanha, Chile, Colômbia e Estados Unidos. Na América Latina, os investimentos devem ir sobretudo para a área de redes, mas o Grupo Enel também deseja se preparar para a “progressiva abertura dos negócios de varejo”. Em geração renovável, para a região, o planejamento é investir 2,6 bilhões de euros, aproveitando os PPAs que, na avaliação do grupo, “cobrem totalmente as margens”.

A redução de custos será outra estratégia do Grupo Enel, que planeja chegar a 2026 com menos 1,2 bilhões de euros em despesas. Deste total, 1 bilhão de euros deve ser enxugado em processos corporativos e racionalização da operação, o que inclui “otimização na combinação entre outsourcing e insourcing”, ou seja, entre atividades desempenhadas por fornecedores terceirizados e funcionários da própria companhia.

Crise em São Paulo atribuída às mudanças climáticas

A situação da Enel em São Paulo foi alvo de perguntas dos acionistas presentes ao evento na Itália. O diretor Financeiro do Grupo Enel, Stefano de Angelis, comentou que veio recentemente ao Brasil e pôde “fortalecer as relações com as autoridades locais” para ter retornos mais previsíveis e confiáveis na parte de redes.

Para o líder de Grids e Inovação do grupo, Gianni Vittorio Armani, o evento em São Paulo se deve às mudanças climáticas. “As redes precisam ter resiliência, isso é claro para todas as instituições. Quando uma crise ocorre todo mundo tenta passar a responsabilidade para alguém, mas não somos responsáveis pelas árvores”, disse.

“No Brasil, há linhas aéreas, e as cidades são cheias de árvores. Este é um dos principais problemas que temos que resolver. É preciso haver regulações claras sobre o assunto, e nós estamos prontos para fazer a nossa parte para que as redes sejam mais resilientes e confiáveis”, disse Alberto de Paoli, que lidera as operações no mundo, exceto Itália e região Ibérica.

Paoli também comentou que as concessões no Brasil estão em fase de renovação e que espera o quadro final de regulações para as renovações.

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