Equatorial aguarda melhor momento para desenvolver ativos solares da Echoenergia

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

24/Mar/2022 21:46 BRT

Enquanto trabalha na conclusão da integração da Echoenergia nas suas operações, a Equatorial aguarda o melhor momento para investir em novos ativos de geração solar fotovoltaica, que compõem a carteira de projetos da companhia adquirida. Segundo Augusto Miranda, presidente da companhia, a ideia é não perder a janela do desconto pelo uso da rede.

A Equatorial anunciou o acordo para compra da Echoenergia em outubro do ano passado, por cerca de R$ 7 bilhões. O negócio foi concluído em 3 de março deste ano.

A Echoenergia tem 1,2 GW em projetos operacionais da fonte eólica, além de um portfólio de 1,1 GW de capacidade em projetos prontos para serem construídos, sendo 10% eólicos e 90% solar.

Segundo Miranda, a Equatorial está debruçada na integração da Echoenergia, ao mesmo tempo em que analisa o pipeline de projetos a disposição. "Estamos analisando essa volatilidade do preço da placa solar, muito de olho nessa janela para não perder o incentivo do fio", disse. 

A companhia permanece aberta a novas oportunidades de fusões e aquisições, mas o interesse por ativos de transmissão, neste momento, está restrito a projetos que tenham retorno atrativo. Miranda afirmou que, no caso dos próximos leilões de transmissão, se a concorrência estiver muito grande e as taxas de retorno baixas, a Equatorial não terá interesse.

As declarações do executivo foram dadas durante teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre do ano passado, quando a companhia teve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, aumento de 1,4% na comparação com o mesmo período de 2020. 

O lucro líquido ajustado, desconsiderando eventos não recorrentes, foi de R$ 578 milhões, retração de 37,6% na mesma base de comparação, refletindo o menor resultado em transmissão, por questões contáveis, a redução do lucro da Equatorial Serviços, por conta da marcação a mercado de contratos em 2021 comparados com 2020, e pelo aumento do custo da dívida pelo aumento dos juros e da inflação.

A receita operacional líquida no período subiu 34,4%, a R$ 8 bilhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 2,3%, a R$ 1,7 bilhão.