O primeiro ano da Eletrobras como uma empresa privada será marcado por novos desinvestimentos, programas de demissão voluntária e uma nova estrutura organizacional mais eficiente. O presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, antecipou parte da estratégia ontem, 14 de março, durante a divulgação dos resultados de 2022, e informou que um novo plano estratégico deve ser divulgado ao mercado ainda em março.
“A teleconferência foi muito concentrada na redução de custos e nos empréstimos compulsórios. Olhando oportunidades de crescimento, a gestão da Eletrobras destacou que a companhia tem forte intenção de participar de leilões de transmissão, para atingir uma estabilidade maior na receita”, escreveu o analista Giuliano Ajeje, do banco suíço UBS, em relatório enviado a clientes.
Uma parte do plano envolve a “otimização” das sociedades de propósito específico (SPEs) debaixo da Eletrobras, que devem sair de 74 para 31 até o fim deste ano. Segundo Ferreira, 27 das SPEs serão vendidas, e muitas serão encerradas ou incorporadas pela holding.
A reestruturação também envolverá um novo programa de demissão voluntária. Ontem, Ferreira apontou que cerca de 2,5 mil funcionários se inscreveram no mais recente PDV lançado pela companhia, com idade média de 62 anos e 33 anos de Eletrobras. Até abril, a expectativa é que 2,1 mil funcionários elegíveis sejam desligados, e o custo total deve ser da ordem de R$ 1,2 bilhão.
“Já estamos trabalhando na reposição, temos um processo de buscas de pessoas para diversas posições, para que não tenhamos problema de continuidade”, disse Ferreira.
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A expectativa da Eletrobras é chegar a abril com cerca de 9 mil funcionários. Na sequência, será lançado um novo PDV, voltado para 20% desse quadro total, o que vai permitir a redução de custos operacionais para a companhia.
O presidente da Eletrobras apresentou a sua nova estrutura organizacional, na qual as controladas (Chesf, Furnas, Eletronorte e CGT Eletrosul) ficarão debaixo de uma diretoria operacional, com a energia comercializada diretamente pela holding. Segundo Ferreira, a nova estrutura vai aumentar a agilidade das decisões do grupo, ao mesmo tempo em que vai aumentar a eficiência da companhia, acelerando transformações em áreas específicas.
Como parte dessa mudança, todos os acionistas minoritários das subsidiárias se tornaram acionistas da Eletrobras, que passou a deter 100% das controladas. Antes, havia um residual inferior a 1% das controladas no mercado, nas maos de 31 mil acionistas minoritários.
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