Equatorial procura soluções de longo prazo para atender demanda "reprimida" de Goiás

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

26/Mar/2024 19:22 BRT

Um ano após aquisição da Celg Distribuição, a Equatorial tem atuado com o governo federal para atender a demanda reprimida do estado, mediante soluções que “não se esgotem no curto prazo”, informou o CEO da companhia, Augusto Miranda, durante teleconferência para divulgação dos resultados.

A concessão do estado apresentou um crescimento de 17% no volume de energia distribuída no quarto trimestre do ano passado, maior do período. Ao todo, o volume da Equatorial atingiu 14.832 GWh no período, alta de 12,3%.

“Em Goiás, estamos nos reparado com uma demanda reprimida. Isso ficou evidente com as ondas de calor, que nos trouxe pontos de fragilidade, que entraram no nosso plano de investimentos para 2024 para podermos combater essas fragilidades e atuar nesses gargalos”, explicou o diretor-financeiro da companhia, Leonardo Lucas.

De acordo com executivo, o estado tem apresentado um crescimento “pujante” em diferentes atividades da economia em variadas regiões.

“São cargas muito pesadas na ponta. Temos trabalho com governo federal para levar suprimento e estamos procurando soluções que não se esgotem no curto prazo”, complementou Augusto Miranda.

Concessões

Questionado sobre o atraso na publicação das diretrizes sobre a renovação das concessões das distribuidoras, Miranda disse que espera a publicação em breve, dada as manifestações públicas do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério de Minas e Energia (MME).

“Esperamos [a publicação] pela importância deste setor. Não dá para se fazer aventura com essa questão, porque é um setor importante, que demanda capital e qualquer coisa que gere incertezas terá reflexos muito forte no país”, afirmou o CEO.

Amapá

Miranda falou ainda sobre a Medida Provisória (MP) que permitiria a transferência de recursos aportados pela Eletrobras na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – por obrigação da sua privatização – para mitigar o aumento da tarifa do Amapá.

A Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) da Equatorial Amapá, antiga CEA, teve o desfecho adiado depois que o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, pediu vista do processo. De qualquer forma, o diretor relator, Fernando Mosna, já havia apresentado voto para prorrogar a vigência das tarifas atuais da distribuidora por 45 dias, a fim de aguardar a publicação de uma Medida Provisória (MP) que mitigaria os efeitos tarifários.

“Estamos interagindo com a Aneel e com o MME sobre essa questão da Amapá. Tem a MP, que tem sido adiada por algumas questões”, disse Miranda.

Ênio Leal, superintendente de regulação do grupo Equatorial, complementou o executivo, destacando que a companhia “confia na obediência aos contratos por parte da Aneel” e que é uma questão de tempo para aprovação.

Reserva de capacidade

Em relação leilão de reserva de capacidade, Miranda afirmou que a companhia está em vias de aprovar o planejamento estratégico deste ano e o tema está “sendo endereçado”.

Resultados

A Equatorial registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,06 bilhão no quarto trimestre de 2023, alta de 20,6% em relação ao verificado no mesmo período do ano anterior.

Por sua vez, a receita operacional líquida cresceu 42%, a R$ 11, 2 bilhões. Já o Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 2,7 bilhões, aumento de 25,5%.

Segundo a companhia, o aumento no Ebitda é explicado principalmente pela consolidação da Equatorial Goiás, que contribuiu com R$ 569 milhões. Desconsiderando o efeito da Equatorial Goiás, o segmento de Distribuição apresentaria uma queda de Ebitda de R$ 77 milhões.

Além da consolidação da Equatorial Goiás no trimestre, outros movimentos que contribuíram para o crescimento como o forte crescimento de mercado (R$ 205 milhões), melhora de perdas (R$ 22 milhões), aumento em outras receitas (R$ 14 milhões), que foi parcialmente compensado pela queda da tarifa fio-b (R$ -77 milhões).

Além disso, a companhia destacou que os reajustes de parcela B, em 2023, impactaram de forma negativa no resultado da Equatorial Maranhão e da Equatorial Pará, que tiveram reduções da parcela B de 7,9% e 9,6%, respectivamente.