A Neoenergia realiza nesta quarta-feira, 22 de março, o lançamento do seu primeiro complexo de geração associada – que utiliza as fontes eólica e solar – no Brasil. A empresa investiu R$ 3,5 bilhões nas plantas, além da subestação e linha de transmissão de 345 quilômetros que conectam os projetos ao Sistema Interligado Nacional (SIN), arrematados pela companhia em leilão de transmissão de 2017.
A cerimônia tem a presença prevista de autoridades públicas, como do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, além do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de executivos da Neoenergia, como o CEO o Eduardo Capelastegui, e do presidente da Iberdrola, José Ignacio Galán.
“Acreditamos que o caminho promissor para um futuro mais econômico e sustentável aponta para a geração de energia por fontes renováveis integradas através de redes inteligentes. Com o Complexo Renovável Neoenergia, alcançamos 90% da capacidade instalada em energia limpa. Estamos preparados para atender os brasileiros com confiabilidade e segurança, tendo em vista a crescente demanda do mercado livre”, Capelastegui.
As diferenças entre as centrais geradoras associadas e híbridas está na outorga e na medição, que serão necessariamente distintas. As associadas obrigatoriamente compartilham a infraestrutura de conexão ao sistema elétrico de transmissão.
Complexo Renovável Neoenergia
Formado por 15 parques eólicos e 136 aerogeradores, Neoenergia Chafariz possui capacidade instalada de 471,2 MW e está totalmente operacional desde o primeiro trimestre de 2022. A planta conta com aerogeradores da Siemens Gamesa, de 3,46 MW de capacidade cada, e pás da LM Wind.
O primeiro parque teve a operação iniciada em julho de 2021, com 17 meses de antecipação em relação ao início do contrato no ambiente regulado. Com isso, reforçou a segurança do setor elétrico durante a crise hídrica, com 61% da energia alocada para mercado regulado e 39% para o livre.
No caso das duas plantas de energia solar, que totalizam 149,2 MWp potência instalada em 228 mil painéis da Canadian Solar, marcam a estreia da companhia na geração fotovoltaica centralizada.
Em 2020, a empresa anunciou um contrato de longo prazo (PPA) com a Claro para venda de 20% na energia solar gerada em Santa Luzia, num total de 911 GWh por 12 anos, contados a partir de 2022.
De acordo com a Neoenergia, a geração somada dos parques é suficiente para abastecer 1,3 milhão de residências por ano e se estendem por uma área arrendada de 8.700 hectares, em que somente 14% está ocupada, nos municípios de Santa Luiza, Areia de Baraúnas, São Jose de Sabugi e São Mamede, na Paraíba.
Além disso, as plantas evitam a emissão de mais de 100 mil toneladas de CO2 por ano e reforçam sua meta de situar as emissões da geração abaixo de 20 gramas de CO2 por kWh, visando alcançar a neutralidade em carbono em 2050.
O complexo se soma aos demais negócios do grupo no país, que atua em todos os segmentos do setor elétrico brasileiro. Na distribuição, a Neoenergia atende a 16 milhões de clientes nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo e Distrito Federal.
Em 2022, a companhia verificou aumento da geração solar e eólica em 70% em relação a 2021, com um total de 3.934 GWh. A matriz eólica fechou o ano com alta de 66,15%, com 3.843 GWh produzidos, enquanto a da fonte solar no período foi de 91 GWh.
*A jornalista viajou para Santa Luzia à convite da Neoenergia