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Eletrobras vê permanência de preços baixos e aposta em leilões de transmissão para crescer

Diante de um cenário de preços baixos persistentes no mercado de energia, a Eletrobras aposta que sua expertise dará vantagem nos leilões de transmissão previstos para este ano, inclusive o leilão de linhões de corrente contínua para escoar energia do Nordeste ao centro da carga, concentrada no Sudeste.

Eletrobras vê permanência de preços baixos e aposta em leilões de transmissão para crescer

Diante de um cenário de preços baixos persistentes no mercado de energia, a Eletrobras aposta que sua expertise dará vantagem nos leilões de transmissão previstos para este ano, inclusive o leilão de linhões de corrente contínua para escoar energia do Nordeste ao centro da carga, concentrada no Sudeste.

“Somos o maior player de transmissão brasileiro, temos competências distintas para continuar crescendo. Não tínhamos capacidade financeira, mas agora temos”, disse Wilson Ferreira Junior, presidente da companhia, durante teleconferência para discutir os resultados do primeiro trimestre do ano.

No fim de junho, será realizado um leilão envolvendo cerca de R$ 16 bilhões em investimentos. Em outubro, é a vez do leilão com a solução estruturante para a geração renovável do Nordeste, desta vez com cerca de R$ 20 bilhões em investimentos estimados. Um terceiro certame deve acontecer em dezembro, levando o potencial deste ano para cerca de R$ 50 bilhões.

A Eletrobras, contudo, não ganhará lotes a qualquer custo. “Ganhar leilão é fácil, mas temos que entrar em leilão para criar valor, sermos competitivos. Esse trabalho de redução de custos de capital da companhia é determinante para que a gente possa vencer leilões criando valor, viabilizando taxas de retorno maiores”, disse Ferreira Junior.

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A capilaridade da Eletrobras, com ativos espalhados por todo o país, é uma vantagem competitiva, assim como sua presença nos três bipolos de corrente contínua do país, de Itaipu, usinas do Madeira e Belo Monte. “Vamos estar presentes analisando cada um dos lotes disponibilizados. Estamos interagindo com os times de engenharia, meio ambiente e do financeiro, para termos participação relevante e voltar a crescer”, disse.

As previsões em geração são menos otimistas. Segundo Ferreira Junior, há dois anos ninguem acreditaria que hoje o preço da energia no mercado de curto prazo teria saído do teto, atingido durante a crise hídrica dee 2021, para o piso atual, de R$ 69,04/MWh.

“Temos potencial para ficar dois a três anos num preço baixo. Não no piso, mas, claramente, até o início do período seco do ano que vem, trabalhamos com cenário de piso”, admitiu.

Enquanto isso, como a empresa tem um volume relevante de energia descontratada, devido ao fim gradual do regime de cotas das suas hidrelétricas, a estratégia é trabalhar com prazos mais longos para os contratos, ao mesmo tempo em que buscam novos consumidores, já de olho numa abertura total do mercado livre para consumidores de baixa tensão nos próximos anos. 

“Quando essa dinâmica se estabelecer, os próprios consumidores vão buscar contratos maiores que dois ou três anos, e a Eletrobras terá a vantagem importante por ser a única que detém volume razoável de energia descontratada por prazo maior que isso”, disse. 

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