A Petrobras e a Vale assinaram protocolo de intenções para avaliação e desenvolvimento de soluções de baixo carbono de forma conjunta.
Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, a parceria vai analisar iniciativas envolvendo diesel R para abastecimento de caminhões, bunker verde e biodiesel para transporte marítimo, amônia verde para abastecimento de trens e hidrogênio para as atividades de siderurgia. Há ainda a possibilidade de captura e armazenamento de carbono para mitigação de emissões.
“A Europa põe barreiras para produtos que vêm de outros países que tenham certo conteúdo de emissões. Para a siderurgia poder exportar pra Europa, terá que descarbonizar seus produtos e, para produzir o aço verde, o hidrogênio é um elemento importante”, disse Tolmasquim durante o XI Seminário sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira e o 16º BEP – Brazil Energy Power, realizado nesta quinta-feira, 28 de setembro, pela Fundação Getúlio Vargas e pela Câmara de Comércio Americana (Amcham).
O acordo tem duração de dois anos, mas a expectativa é que já em meados de 2024 haja algum direcionamento sobre quais atividades são viáveis, adiantou Tolmasquim. “Caso se concretizem, podem ser contratos bilionários, mas estamos no começo dessa ação”, ponderou o diretor da estatal.
“Vamos potencializar a capacidade produtiva, a estrutura logística e expertise tecnológico desses dois gigantes nacionais para alavancar a produção e o fornecimento de combustíveis mais eficientes e sustentáveis. É o que podemos chamar de pulo do gato para materializarmos a nossa estratégia de descarbonização, criando demanda e escala para soluções de baixo carbono”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em comunicado.
Segundo a Vale, a parceria poderá contribuir para alcançar o compromisso de reduzir suas emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 33%, chegando a neutralidade até 2050.
“O Brasil tem todas as condições de liderar o desenvolvimento em larga escala de soluções de baixo carbono e combustíveis renováveis, como o hidrogênio verde e o metanol verde. A Vale tem um firme compromisso de reduzir sua pegada de carbono e, portanto, quer ser protagonista desta jornada, alavancando ações relevantes para a transição energética no Brasil. Este acordo com a Petrobras se insere perfeitamente nesse contexto”, afirmou em nota o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo.