A Eletrobras teve lucro de R$ 1,47 bilhão no terceiro trimestre de 2023, depois de ter um prejuízo de R$ 88 mil no mesmo período do ano passado, quando seu resultado foi afetado negativamente por questões contábeis e não recorrentes, incluindo retração nas receitas de transmissão e aumento das despesas financeiras com encargo da dívida.
A receita líquida da companhia cresceu 9% no período, a R$ 8,7 bilhões, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente teve alta de 42%, a R$ 4,56 bilhões.
A capacidade de geração da companhia cresceu 3%, a 43,8 GW de potência, devido à incorporação da hidrelétrica de Teles Pires, e a receita anual permitida (RAP) das transmissoras cresceu 28,4%, a R$ 17,6 bilhões.
A dívida líquida da Eletrobras ficou em R$ 39,1 bilhões ao fim do trimestre, um aumento de 17%, o que elevou seu endividamento medido pela dívida líquida e o Ebitda de 1,8 vez para 2 vezes – indicador que, segundo a companhia demonstra sua disciplina financeira.
PDVs e redução de custos
Os planos de demissão voluntária da Eletrobras já apresentaram resultados. Segundo a empresa, os custos com pessoal no trimestre somaram R$ 972 milhões, redução de R$ 168 milhões na comparação anual. Os dois planos de demissão voluntária de 2022 e 2023, que desligaram 2.348 empregados, representaram economia de R$ 253 milhões, montante parcialmente compensado pelo aumento de R$ 47 milhões nas despesas com pessoal devido ao reajuste salarial de 4,18% implementado.
O quadro de funcionários da Eletrobras saiu de 10.476 trabalhadores ao fim de setembro de 2022 para 8.209 no mesmo período desse ano, sem considerar os colaboradores da Santo Antonio Energia.
Segundo a Eletrobras, o primeiro PDV deve resultar numa economia de R$ 1,2 bilhão, enquanto o segundo reduzirá os custos em mais R$ 670 milhões.
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Comercialização
No período de julho a setembro, a Eletrobras avançou no segmento de comercialização de energia e captação de novos clientes, e saiu de 34 consumidores finais para 228 na base de comparação anual. No mesmo período, a base de clientes do mercado livre cresceu de 232 para 353.
Para 2023, a Eletrobras tem 2% da sua energia descontratada, considerando uma estimativa de proteção para o risco hidrológico. Para o próximo ano, o percentual sobe a 16%, crescendo gradualmente até 52% em 2027, quando termina o processo de descotização das suas usinas.
O preço médio dos contratos de venda firmados até o fim de setembro, considerando mercados livre e regulado, é de R$ 208,21/MWh em 2023, mas cai para R$ 177,59/MWh em 2025, antes de se recuperar em R$ 202,56/MWh em 2027.
Provisões e perdas
A Eletrobras reverteu R$ 515 milhões em provisões para litígios no terceiro trimestre do ano, devido à celebração de acordos judiciais relativos aos processos de empréstimos compulsórios.
A companhia estimou ainda perdas em créditos de liquidação duvidosa (PECLD) de R$ 94 milhões no período, sendo R$ 18 milhões em faturas de clientes vencidas com mais de 180 dias, e a provisão de R$ 9,6 milhões pelo suprimento da Roraima Energia.
