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Raízen Power vê nas descontratações de energia oportunidade de alcançar 10% de marketshare no ACL

Focada no setor elétrico, a Raízen Power vê nas descontratações de energia elétrica a oportunidade das comercializadoras crescerem no mercado livre de energia a partir de janeiro de 2024.

Raízen Power vê nas descontratações de energia oportunidade de alcançar 10% de marketshare no ACL

Focada no setor elétrico, a Raízen Power vê nas descontratações de energia elétrica a oportunidade das comercializadoras crescerem no mercado livre de energia a partir de janeiro de 2024. Em entrevista à MegaWhat, Jurandir Junior, diretor de Ativos e Operações, e Fábio Marcelino, gerente Comercial da companhia, destacaram o gap que será deixado com o final de contratos firmados nos leilões de energia nova, e que pode ajudar a Raízen a chegar nos 10% de marketshare no ACL até a safra 2030/2031.  

“Quando a gente olha para o mercado como um todo, do que vai acontecer nos próximos anos, você enxerga muita geração de energia elétrica, a biomassa e de outras fontes, que estarão descontratadas. Antes você gerava sua energia elétrica, ancorava e vendia em leilões de energia, que foram feitos há 20 anos, e esses contratos estão terminando. Então, essa energia elétrica passará para o mercado livre para ser comercializada fora desses contratos regulados”, destaca Jurandir Junior.

Na opinião do executivo, em um horizonte de talvez “três ou mais anos”, o governo deve alterar os moldes dos leilões de energia nova, levando a uma comercialização “invariável” de energia gerada por biomassa no mercado livre de energia, por exemplo. 

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Com modelo de negócio one-stop-shop, a Raízen Power tem desenhado uma estratégia envolvendo a ampliação das fontes renováveis em seu portfólio, englobando a biomassa e a exploração de outras renováveis, como a solar fotovoltaica e as pequenas centrais hidrelétricas – ambas por meio da geração distribuída- para atender o gap dos contratos e a entrada de novas unidades geradoras no próximo ano, estimadas em 72 mil, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A ideia, segundo Junior, é sair dos atuais 1,5 GW e chegar aos 2 GW de capacidade instalada até a safra 2030/2031.   

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Fábio Marcelino acredita que a complementariedade do portfólio pode aumentar o número de clientes da companhia.  No último trimestre da safra 23’24 (de julho a setembro), a Raizen Power alcançou 40 mil unidades consumidoras, crescimento de mais de 100% ante ao ano anterior.  

Também registrou avanço nos volumes de geração distribuída, com a intensificação dos investimentos em solar e outras fontes renováveis, e de cogeração em razão do ritmo acelerado de produção de cana, aumentando disponibilidade de bagaço. No período, a empresa registrou uma expansão de 25% na comercialização de energia solar e outras fontes renováveis, com 7,9 mil GWh.  

“O foco [é] no cliente. E quando a gente fala de eletromobilidade, nós queremos garantir a liderança do marketshare com 25 % do mercado, queremos aumentar a nossa presença no mercado renovável de geração distribuída, com algo em torno de 250 sites e 10% de participação no mercado livre até 2030”, afirma Marcelino.  

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Além do aumento da capacidade, a Raízen Power tem investido em tecnologia para aproximar os consumidores e gerar facilidade no processo de migração entre os mercados regulados e livres.  “A gente enxerga um potencial enorme. É uma janela de oportunidade onde a gente já vem se preparando há algum tempo para conseguir aproveitar”, destaca o gerente Comercial da Raízen Power.