A WEG planeja se consolidar no mercado de mobilidade elétrico brasileiro, onde já se considera bem-posicionada por conta de acordos com 24 montadoras que operam no país e das soluções em digitalização e sistemas que vem oferecendo.
Além disso, a companhia planeja repetir no mercado exterior o modelo de verticalização existente no Brasil, e os investimentos anunciados nesta semana em plantas no México e Colômbia fazem parte desta estratégia. A partir destas plantas, a companhia espera conseguir abastecer também o mercado norte-americano. As informações foram passadas pela empresa durante o WEG Day, evento para acionistas que ocorreu nesta sexta-feira, 8 de dezembro.
Para o diretor superintendente WEG Digital & Sistemas, Carlos José Bastos Grillo, a mobilidade elétrica é “inevitável” no contexto de transição energética. Neste filão, a empresa já oferece uma linha completa de produtos. “Existe todo um apoio de eletricidade por trás dos veículos elétricos e estações de recarga”, disse Grillo. Assim, a empresa oferece soluções em motores, inversores, bateria e abastecimento.
O foco da companhia está em veículos pesados, mas há também soluções para recarga de veículos leve, seja no ambiente residencial ou no destino. Segundo o executivo, a linha de produtos da WEG para abastecimento de veículos elétricos já conta com mais de 10 mil estações de recarga vendidas, com potência de recarga instalada que já soma mais de 135 MW. O negócio cresceu mais de 150% entre 2021 e 2023.
Atualmente, a maior parte do mercado está no Brasil, mas a WEG planeja a internacionalização e já é fornecedora em 15 países. Sobre a atuação em novos mercados, Grillo lembrou que há etapas mais lentas e que exigem maior esforço de engenharia, como a certificação, mas comentou que já há convites de alguns parceiros para atuar em projetos fora do país.
Em internacionalização, mas na área de transmissão e distribuição (T&D), a WEG já está homologada em “praticamente todas as grandes concessionarias dos Estados Unidos e efetivamente fornecendo transformadores”, segundo o diretor superintendente Carlos Diether Prinz.
No país, o executivo avalia que, com a expansão de geração nova em decorrência do Inflactionary Reduction Act (IRA), haverá déficit anual de 400 GVA (gigavolt-ampere) por ano em transformadores. “Itaipu produz cerca de 15 ou 16 GVA”, disse o executivo, a título de comparação. Assim, o mercado norte-americano deste segmento deve crescer entre 5 e 7% ao ano no período de 2022 a 2031.
Já no Brasil, a companhia vê como oportunidades em T&D os leilões já programados para dezembro de 2023 e março de 2024. A companhia também avalia há deve haver um outro leilão no segundo semestre do próximo ano.
Além disso, a companhia também vê como oportunidade de negócio e de economia circular o serviço de reforma de transformadores. “Tem pouca gente especializada que faz este serviço”, diz Prinz. Na WEG, o serviço entrega transformadores com potência de 20% a 35% superior do que o original, com a garantia padrão da companhia e vida útil estimada de mais 30 a 35 anos.
A área de transmissão e distribuição cresceu 6,5% entre 2018e 2023, e a expectativa da WEG é que entre 2024 e 2028 o crescimento seja ainda maior, de 8,4%. Os números se referem a atividades no Brasil e no mundo.
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