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Eneva compra térmicas do BTG e vai emitir até R$ 4,2 bilhões em ações

A Eneva explicou que os recursos a serem captados devem ajudar na compra de duas das usinas compradas do BTG.

Tanques da Eneva
Tanques Eneva / Crédito: Divulgação | Eneva

A Eneva anunciou nesta terça-feira, 16 de julho, a compra de quatro ativos termelétricos do BTG Pactual e a contratação de bancos para coordenar uma oferta pública de ações primária (follow on) para aumentar seu capital em até R$ 4,2 bilhões. No comunicado, a geradora explicou que os recursos a serem captados no follow on devem ajudar na realização de operações de fusões e aquisições, incluindo duas das usinas compradas do BTG, e no fortalecimento do seu balanço para redução do seu endividamento, que estava em 4,1 x em março de 2024.

O aumento de capital também deve acelerar a implementação do seu plano de negócios e sua estratégia de longo prazo em seus segmentos de atuação, o que inclui a estruturação de projetos novos e existentes em leilões de geração de energia, investimentos em exploração e produção de gás, acelerando as campanhas exploratórias nas bacias do Parnaíba e do Amazonas e o desenvolvimento da bacia do Paraná, além de investimentos no mercado de gás não conectado à malha (Off-grid), com a oferta de soluções para clientes industriais e para o mercado de transporte rodoviário.

Inicialmente, a oferta pública será de R$ 3,2 bilhões e o BTG, principal acionista da companhia, se comprometeu a comprar até a totalidade das ações ao preço por ação de R$ 14,00. A oferta pode chegar a R$ 4,2 bilhões considerando o lote adicional de novas ações em valor correspondente a até R$ 1 bilhão, a depender da demanda do mercado.

Os principais acionistas da Eneva são a Atmos (5,43%), Dynamo (11%), Cambuhy Investimentos (20%), da família Moreira Salles, o BTG Pactual (23,3%) e o Partners Alpha (15%), veículo de investimento de sócios do banco. O Partners Alpha é que garantiu a oferta de até R$ 3,2 bilhões da oferta de ações.

As térmicas do BTG

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Com a compra de quatro termelétricas operacionais e contratadas em leilões de geração, com receita fixa pelo prazo de vigência dos contratos e sem obrigações financeiras significativas de Capex, a Eneva espera o fortalecimento da sua estrutura de capital, otimização de sua estrutura de capital e a redução substancial da alavancagem, abrindo, possivelmente, um espaço no balanço para aproveitamento de oportunidades.

Além disso, a empresa vê nas térmicas a obtenção de sinergias societárias, financeiras, operacionais e administrativa, o aproveitamento de upsides não precificados, dada a chance de recontratação de 148 MW de capacidade instalada das usinas com contratos regulados com vencimento em dezembro de 2025, que estão conectadas à malha e podem usufruir da estrutura existente do Hub Sergipe para suprimento de combustível.

Na operação, a Eneva vai assumir o controle das termelétricas Viana (174,6 MW), a óleo, e Viana 1 (37,5 MW), a gás natural, localizadas no Espírito Santo. As usinas têm contrato para 121 MW do Leilão de Energia Nova A-3 de 2007, válido até 31 de dezembro de 2024, e assinou, em outubro de 2021, contrato de energia de reserva no âmbito do leilão para o Procedimento Competitivo Simplificado (PCS), com contratos até dezembro de 2025 para a UTE Viana 1. Adicionalmente, em dezembro de 2021, a UTE Viana venceu o Leilão de Reserva de Capacidade, com contratação de 166,4 MW de potência elétrica por 15 anos, a partir de 1º de julho de 2026.

Também instalado no Espírito Santo, o segundo dos ativos comprados foi a termelétrica Povoação 1, de 75 MW, movida a gás natural. A usina garantiu contrato no PCS até dezembro de 2025.

Ainda no Espírito Santo, a companhia também comprou a participação que um fundo gerido pelo BTG detinha na Linhares, que tem como principal ativo a UTE Luiz Oscar Rodrigues de Melo (240 MW), movida a gás natural liquefeito. A Linhares possui CCEARs, por disponibilidade, até 31 de dezembro de 2025 referente à planta principal, com energia contratada de 96 MW médios.

Em outubro de 2021, a Linhares sagrou-se vencedora no PCS, com contratos até 10 de janeiro de 2026, com energia contratada de 34,6 MW. Conhecida como UTE LORM, comercializou 191 MW no produto potência no Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, firmando CRCAP pelo prazo de 15 anos, com entrega a partir de 1º de julho de 2026. O fornecimento de gás natural para atendimento a este último contrato é suprido pela a Eneva, conforme contrato celebrado em junho de 2024.

Pagamento da Eneva

Para as termelétricas Viana e Povoação, a Eneva irá emitir 126,1 milhões de novas ações que serão subscritas pelo BTG, considerando o valor de R$ 1,76 bilhão atribuído às usinas, além do direito de subscrição de até 16.330.346 ações, sujeito ao êxito na antecipação do contrato de reserva de capacidade de Tevisa e à potencial recontratação das usinas Viana e Povoação no próximo leilão de reserva de capacidade.

Já a Linhares será paga em dinheiro, usando recursos que os acionistas – incluindo o BTG – vão aportar na companhia por meio do aumento de capital. O acordo prevê que a Eneva irá desembolsar ao banco R$ 206 milhões pela compra das debêntures da Linhares e R$ 650 milhões pela aquisição. Além disso, há uma parcela contingente que pode chegar a R$ 103 milhões.

A empresa também comprou a participação de 50% que o BTG tem na Gera Maranhão, que possui a exploração de duas termelétricas movidas a diesel, UTE Geramar I e UTE Geramar II, localizadas no Maranhão, com capacidade total de 332 MW. As usinas têm CCEAR assinados até dezembro de 2024, no âmbito de leilão de energia nova A-3, de 2007, e contratos de 291,1 MW de potência por 15 anos, a partir de 1° de julho de 2026 no leilão de reserva de capacidade de 2021.

Para comprar essas usinas, a Eneva vai pagar R$ 285 milhões ao BTG pela participação na companhia, além de uma parcela contingente que pode chegar a R$ 126 milhões, sujeita ao êxito na antecipação do contrato de reserva de capacidade.

As operações ainda dependem de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Banco Central (BC) e dos acionistas de Eneva e BTG Pactual em suas respectivas assembleias.