Investimentos globais em renováveis devem chegar aos US$ 650 bilhões até 2030

Poliana Souto

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Poliana Souto

Publicado

16/Jan/2023 13:33 BRT

Investimentos globais em infraestrutura e em tecnologias envolvendo as fontes renováveis - como painéis solares, turbinas eólicas, baterias para veículos elétricos, eletrolisadores e hidrogênio - devem chegar aos US$ 650 bilhões até 2030, caso os países cumpram os projetos anunciados para lidar com as mudanças climáticas, diz novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).  

Para a entidade, uma cooperação global implicará em uma transição energética mais rápida, além de reduzir preços e viabilizar a cadeia de suprimento das renováveis globalmente, já que há uma forte concentração de matérias-primas em alguns países, principalmente na China.  

O documento ressaltou os riscos já existentes das cadeias de abastecimento apertadas, que elevaram os preços das renováveis nos últimos anos, tornando a transição energética mais difícil e cara. O aumento dos preços de cobalto, lítio e níquel levou ao primeiro aumento nos preços das baterias para veículos elétricos, que saltaram quase 10% globalmente em 2022. Segundo a IEA, o custo das turbinas eólicas fora da China também aumentou após anos de declínio, e tendências semelhantes podem ser visto na fonte solar fotovoltaica.

Segundo Faith Birol diretor executivo da IEA, mesmo com a elevação dos preços, o portfólio mundial de projetos para fabricação de tecnologias de energia renovável continua crescendo, o que torna o montante de investimentos estipulado pela agência factível.

“Se tudo anunciado a partir de hoje for construído, o investimento destinado à fabricação de tecnologias de energia limpa forneceria dois terços do que é necessário para atingirmos emissões líquidas zero”, disse Birol.  

Segundo ele, muitos países estão disputando a liderança dessa nova economia mundial voltada para energias limpas. “É importante, contudo, que a competição seja justa, e que exista um grau saudável de colaboração internacional, já que nenhum país é uma ilha energética, e a transição energética será mais cara e lenta se os países não trabalharem juntos”, completou.